Chegamos recentemente de nossa viagem por algumas cidades brasileiras acompanhados do Santiago Benavides e Mario Colmenares, ambos da Colômbia. Foi um tempo excelente!

Ismael, Santiago, Carlinhos, Mario e Pedro - foto de Rick Szuecs

Ismael, Santiago, Carlinhos, Mario e Pedro – foto de Rick Szuecs

Conheci Santiago em CLADE 4 (Congresso Latino-americano de Evangelização), realizado em Quito, Equador, pela FTL (Fraternidade Teologica Latino-americana). Ele dirigia os momentos de louvor e adoração nesse importante congresso. No repertório músicas de qualidade teológica numa variedade de ritmos que era uma viagem pela América Latina. Foram momentos especiais de cânticos comunitários de adoração.

Depois disso voltamos a nos ver em Lausanne 3 (na Cidade do Cabo, África do Sul). Por essas surpresas de Deus, acabamos nos hospedando no mesmo hotel, o que nos possibilitou conversar bastante.

Em 2011 fui convidado pela FTL a participar de uma consulta sobre Arte e Liturgia, em Costa Rica. Chegando por lá, me encontrei novamente com Santiago. Esse evento foi o responsável pela criação de uma Rede de Artistas Cristãos Latino-americanos, do qual fazemos parte. Após esse encontro passamos a trabalhar juntos na preparação do CLADE 5, acontecido em junho de 2012, em San José, Costa Rica. Eu fazia parte a equipe de liturgia e o Santiago foi o convidado a dirigir os momentos de cânticos comunitários, repetindo CLADE 4. Durante um ano trabalhamos juntos, nos falando várias vezes por e-mail e Skype. Começou então a surgir a idéia de realizarmos um trabalho musical conjunto, visitando cidades brasileiras.

Quase um ano depois, o sonho se tornou realidade. Santiago trouxe consigo Mario Colmenares, guitarrista que participa com ele de seu ministério desde os tempos do Grupo Aldaba. Além dos dois e de mim, convidamos também para esse giro Pedro Feitoza e Ismael Rattis, que participam do grupo musical que me acompanha. Tanto Pedro, quanto Ismael tocaram na banda de CLADE 5.

A nossa empreitada começou por Anápolis, no Prosa & Canto Festival. Esse evento foi o primeiro grande incentivador para que Santiago e Mario viessem ao Brasil. O amigo Beto Ribeiro apoiou a iniciativa e abriu as portas para a nossa participação. De lá seguimos para Brasília, Belo Horizonte, Viçosa, Campinas, São José dos Campos, São Bernardo do Campo e São Paulo. Foram 10 apresentações em 11 dias de viagens por 8 cidades diferentes.

Por onde passamos o povo ficava surpreso com a qualidade da música de Santiago. Há, de certa forma um preconceito estabelecido com a música latino-americana. O imaginário do povo relaciona-as às flautas pans e zamponhas dos grupos folclóricos andinos que se apresentam nas feiras e praças do nosso país, tocando melancolicamente hits como “El Condor pasa” ou “Imagine”, de John Lennon. O som de Santiago Benavides vai por outra praia. Com letras inteligentes e carregadas de humor, revisita ritmos típicos de alguns países e mescla-os com uma pegada pop, apresentando canções desafiadoras para o nosso tempo. Algumas pessoas chegaram a comentar: “a música dele me lembra Janires”.

As temáticas das suas canções encontram sintonia com os dramas que vivemos em nosso país, por conta das similaridades culturais e os desafios dos países do nosso continente. Por exemplo, numa das canções Santiago fala de seu visto negado na Embaixada dos EUA; noutra fala da dificuldade de se adquirir uma casa própria, o que leva muitos a devotarem sua vida à esta causa aparentemente impossível; em “El Sancocho” (traduzida como “o Sopão”) fala da escassez de alimento nas mesas de famílias mais carentes. São temas realmente difíceis de serem encontrados nas músicas dos países do Atlântico Norte que são sobejamente consumidas por aqui.

No domingo, dia 7, encerramos nossas apresentações cantando no Concerto das Seis na Igreja Batista de Água Branca (IBAB), em São Paulo. Santiago e Mario embarcaram para a Bogotá na segunda. Eu ainda fiquei na capital paulista para mais uma apresentação. Nos despedimos, mas já traçamos outros planos para o ano vindouro. Eles voltam ao Brasil em 2014 para o Som do Céu 30 anos. Depois é a nossa vez de ir à Colômbia para “una gira” por cidades daquele “hermoso” país.

Espero que essa seja a primeira de muitas outras iniciativas que venham aproximar os artistas brasileiros dos demais do nosso continente. Temos muito a crescer juntos, numa troca de experiências enriquecedoras.

 

  1. Apesar de ser paulista estava em Viçosa e pude ouvir o grupo em apresentação nesta cidade. Incriveis as musicas de Santiago. Fiquei encantada com a letra e melodia do nosso cotidiano cantada por Santiago e acompanhada com a Banda do Carlinhos. Destaco as cançoes “Oracion por mis hijos” e “La casa de mis suenos”. Gostaria de ter as traducoes das musicas e os cds para colocar na rádio RTM. Parabens pela iniciativa !

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