A cidade de Pyongyang. Crédito: Jen Morgan/CC BY-ND 2.0 ( https://www.flickr.com/photos/momocita/6822805138/ )

Desde o início do ano, a tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos tem crescido com a recusa do país asiático em parar com seus testes de lançamentos de míssil (leia aqui o que se sabe das bombas deles) e o aumento da pressão por parte do governo americano. A Coreia do Norte inclusive publicou um vídeo em que se vangloria de sua força militar e ameaça explodir a Casa Branca e o Capitólio (veja mais aqui), no fim de abril prendeu um americano que tinha ido dar aulas de contabilidade, em maio prendeu outro professor e neste domingo lançou mais um míssil (saiba mais aquiaqui e aqui). Recentemente, a Câmara dos Estados Unidos respondeu aprovando sanções financeiras contra o país. Já o diplomata brasileiro que viveu lá Roberto Colin acha que a sanção não prejudicará o governo e que a escalada de tensão é estratégica (leia a entrevista da DW com ele aqui). Enquanto isso, a tensão segue crescendo…

Mas o que você sabe sobre a Coreia do Norte? Hoje um estado totalitário, no qual seus cidadãos não possuem acesso à internet e não podem fazer ligações internacionais, além de serem ensinados a adorarem apenas o líder Kim Jong-um. Mas a capital Pyongyang já foi a “Jerusalém do Leste”!

Territórios das missões protestantes na Coreia. Crédito: Antoinette McCune Bement.

Territórios das missões protestantes na Coreia. Crédito: Antoinette McCune Bement.

O portal Atlas Obscura, que busca contar histórias de lugares pouco conhecidos, conta que, antes da 2ª Guerra Mundial, diversos missionários cristãos viveram lá. “Os cristãos receberam permissão oficial do rei da Coreia para espalharem a religião em 1884 e, no fim do século, presbiterianos estadunidenses, canadenses e australianos e metodistas dos Estados Unidos tinham aberto missões de Pusan, no sul, até o rio Yalu, no norte”, conta o artigo.

Pyongyang tornou-se o centro da igreja presbiteriana na Ásia e sua região tinha a maior densidade de cristãos de toda a Coreia. Nas primeiras décadas do século XX, os americanos na capital somavam mais de 200 entre pastores, professores e médicos. “Eles viveram e trabalharam no mesmo terreno onde hoje estão os principais marcos do regime norte-coreano. O local mais familiar de Pyongyang, a praça Kim Il Sung, conhecida (…) como o local das paradas militares (…) costumava ser o local das casas dos missionários americanos e ser usado para eventos das igrejas.” Leia o artigo (em inglês) para saber mais essas histórias.

Os missionários deixaram o país lentamente até o conflito entre os Estados Unidos e o Japão estourar na 2ª Guerra Mundial. Na década de 1950, a Coreia do Norte entrou em guerra com a do Sul, e até hoje não há um tratado de paz. Na época, a União Soviética apoiou a porção do norte, que hoje se diz comunista, e os Estados Unidos apoiaram a Coreia do Sul. Desde então, os países vivem em tensão.

Hoje em dia, no entanto, alguns americanos voltaram à Coreia do Norte para estabelecer a Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang (PUST, em inglês), financiada em grande parte por recursos do ocidente. De acordo com a BBC, o fundador, Dr. James Chin-Kyung Kim, um cristão coreano-americano, foi convidado pelo regime a partir de um modelo similar que ele havia implantado na China. Era lá onde Tony Kim e Kim Hak Song, os americanos presos recentemente, estavam lecionando. Os filhos de alguns dos líderes da nação, escolhidos a dedo, frequentam a universidade para receberem uma educação ocidental e modernizarem o país. Confira mais na reportagem em inglês.

Recentemente, a universidade anunciou que está com vagas abertas para profissionais estrangeiros, como professores das áreas de agricultura e ciências da vida, intrutores de chinês e inglês, além de assistentes administrativos. Confira no site da instituição.

A cidade de Pyongyang. Crédito: Jen Morgan/CC BY-ND 2.0 ( https://www.flickr.com/photos/momocita/6822805138/ )

A cidade de Pyongyang. Crédito: Jen Morgan/CC BY-ND 2.0 ( https://www.flickr.com/photos/momocita/6822805138/ )

  1. Suas informações sobre a Coreia estão incorretas, não é um Estado totalitário, as pessoas podem sim sair do país, além de existir um sistema de Constituição, Código Penal e um sistema com 3 partidos todos com votação secreta e direta. Todo mundo acima de 17 anos vota e pode ser votado.
    Eles podem sim usar a Internet, mas somente em bibliotecas pois, como são autossuficientes, os recursos tecnológicos não são iguais ao de um país capitalista.
    Qualquer um pode visitar lá e ficar onde quiser e viajar pra qualquer lugar, claro que não sozinho porque eles não são idiotas, se protegem muito bem.
    A maior parte da população é sem religião, e a segunda é xamanismo coreano, são um povo muito bem educado onde não cabe muita pregação, nunca queimaram livros, sua informação está totalmente preconceituosa.

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