Como falar de missões perseguidas? – Parte 2
Já falamos aqui sobre os riscos e alguns cuidados com a divulgação de notícias sobre missionários que trabalham em nações sem liberdade religiosa. Mas há mais algumas dicas que podemos compartilhar para que o trabalho dessas pessoas siga ocorrendo em segurança. Confira:
Examine os espaços: se você for falar num local público sobre o trabalho ou o informativo que você recebeu, por exemplo, mesmo sendo igreja, é importante tomar cuidado e não mencionar algumas informações. Também lembre-se de avisar para quem você está falando o que podem e o que não podem contar para outros. Mesmo sendo igreja, é um espaço aberto, público e as pessoas não necessariamente sabem dos cuidados que precisam ter – informe-as! (E, não se esqueça, como já avisamos: pergunte antes ao missionário!)
Evite gravações, fotos e redes sociais: como já sugerimos, você pode omitir o nome, o país, mas se enviar uma foto junto aquela pessoa já corre risco. Todo cuidado é pouco, especialmente nas redes sociais onde é muito fácil encontrar qualquer informação veiculada ali. Proteja essas pessoas e evite essas coisas e espaços. Só pra reforçar: redes sociais, não!
Cuidado com as informações falsas: o que não ajuda em nada são boatos de perseguição, como um antigo sobre igrejas incendiadas na Índia (numa província que nem existe). Às vezes nem sequer é boato, mas é uma mensagem velha e a situação já mudou. Por isso, muitas vezes não vale encaminhar mensagens aleatórias, mesmo se você recebeu de alguém em quem confia, e especialmente se citam nomes de pessoas e locais, não citam fontes seguras e nem data exata (não vale “ontem”, “há uma semana”, viu?). Se você quer orar por pessoas que sofrem perseguição religiosa, fique de olho em sites de notícia ou grupos confiáveis. Em 2016, por exemplo, vários jornais noticiaram os avanços do Estado Islâmico, tensões na Indonésia, entre outros. Outra sugestão é a Organização Portas Abertas, através da qual, inclusive, você pode escrever cartões de incentivos à igreja perseguida.
Ore sempre: do que vale encaminhar para muitas pessoas e colocar a vida do missionário em risco se você mesmo não parou para orar? Pare e ore assim que receber as notícias. Se quiser responder ao comunicado, faça-o! Esta resposta também pode ser encorajadora num contexto de perseguição. Mas, lembre-se: evite palavras e termos que possam ser um risco (o evangeliquês, outra vez). Conheço uma amiga querida que fala “flores” ao invés de “bênçãos”, não é lindo?
Seja agente de tolerância religiosa: você sabe como essas pessoas sofrem, então não promova preconceitos religiosos. Seja onde for que você mora, seja uma ponte entre seus conhecidos e Cristo tratando-os com amor e compreensão, e não um agente de intolerância e violência.