Deus nos ouve
[Especial 500 Anos da Reforma]
Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos.
— 1 João 5.14-15
Esta passagem é um incentivo aos cristãos que aprenderam como devem crer e como devem amar. Eles precisam lembrar que a piedade deles vem da Palavra que foi proclamada e que não devem viver de qualquer outra forma a não ser com fé e amor. João prevê uma objeção vinda dessas pessoas: “E se o meu coração estiver frio e eu sentir que me falta a fé?”. “Aqui está o remédio” – diz João – “Peça e ore. Ele o ouvirá”.
Tiago diz: “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida” (Tg 1.5). O melhor ensino sobre como se deve agir é confiar na oração. Paulo diz: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus” (Fp 4.6). Igualmente, Agostinho diz: “Senhor, dá-me o que ordenas”. Assim, nós também devemos orar: “Senhor, dá-nos fé”.
Esse versículo é um incentivo à oração, e João descreve como orar de maneira excelente. Primeiramente, ele nos lembra que podemos ter “confiança”, a qual é a alma da oração. Em seguida, ele nos instrui quanto ao que pedir: “alguma coisa de acordo com a vontade de Deus”. Finalmente, devemos também crer que “ele nos ouve”. Tiago diz que “[aquele que duvida] tem mente dividida e é instável em tudo o que faz” (Tg 1.8). No entanto – ele diz –, quando pedir, “peça […], porém, com fé, sem duvidar” (v. 6).
Ao longo de 2017, Ultimato vai relembrar e celebrar os 500 anos da Reforma Protestante. O Blog vai publicar, sempre às segundas-feiras, uma devocional do reformador Martinho Lutero, retirado do seu Somente a Fé - Um Ano com Lutero.
EDUARDO
“Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos.”
Esta não pode ser, se não, uma interpretação do texto em João. Não é possível.
[1]. O texto propõe garantia se a aproximação a Deus for em confiança?
[2]. Seu eu pedir alguma coisa, qualquer coisa, sendo da vontade, Ele garante?
[3]. Como é que eu saberia se ‘alguma coisa’ seria da vontade de Deus?
[4]. Sabedor de que Ele me ouve, em tudo o que eu pedir, como é que eu posso, em confiança, receber o que eu pedir?
Esta paráfrase, que não é o sentido natural do texto em João, dá a entender, e pode-se com segurança inferir como está construída, que João está dizendo que pedir seguir-se-á o aceite.
Duvido que Lutero tivesse aposto sua assinatura a uma estrovenga interpretativa como essa. O que esse texto deixa transparecer claramente é que está aberto a temporada de troca entre eu e Deus tendo a confiança como o meio para exprimir meus pedidos, e a garantia de resultado Dele.
ney de mello almada
A ORAÇÃO CONVICTA CONSAGRA NOSSA REDENÇÃO AO PAI, NO ESPÍRITO REVELADO PELO SEU FILHO AMADO. MEIO ATIVO DE COMUNHÃO COM O SENHOR, CONSTITUI UM VÍNCULO DE OBEDIÊNCIA, ENTREGA PESSOAL, ALÉM DE CAUCIONAR NOSSA FÉ DE MODO SEGURO.