A partir da leitura da Ultimato de julho/agosto – A igreja e a (pós) pandemia –, convidamos os ultimateiros a compartilharem como estão enfrentando a pandemia. Cada um participou escrevendo o que considera mais difícil nestes dias ou compartilhando alguma produção – fotografia, desenho, ilustração, bordado, costura, cozinha, reflexão ou poema – inspirados ou frutos dos dias da pandemia, especialmente com mais tempo em casa.

Muita coisa bonita surgiu da experiência de isolamento e da reflexão. Veja os resultados.

 

“Nas paredes da cozinha ou em qualquer lugar, eu sinto que posso sonhar”

Quando criança, eu ia tomar alguma vacina/tirar sangue, eu nunca chorava, sempre colocava na minha cabeça “daqui 10 minutos vou estar boa e abraçar minha mãe”, assim têm sido os últimos  quatro meses, de reflexão e com segurança que daqui a algum tempo, não importa onde e quando, estarei bem e irei abraçar o meu Pai.

Difícil para mim foi ter mais tempo para pensar em TUDO, o que se tornou uma libertação. Aceito que estou vivendo uma injeção/vacina que é necessário, logo tudo ficará bem.

 

– Anna Cristina

 

 

O tempo de pandemia tem me dado a oportunidade de finalmente ter tempo (e a obrigação) de cozinhar todos os dias. Tem sido muito bom testar novas receitas  e aprender a fazer algumas coisinhas básicas que ainda não fazia bem. Comer da minha própria comida é um prazer!

 

– Leninha

 

 

Para mim, tem sido difícil ficar longe dos meus amigos, dos irmãos da igreja e não poder ter a rotina de antes. Além disso, as notícias ruins, que sempre existiram, parecem, agora, tomar conta de todas as formas de comunicação.

– Gabriel

 

 

 

Com a pandemia e o maior tempo em casa, ‘reformamos’ nosso jardim e fizemos um canteirinho de plantas. Nosso trabalho tem sido em grupo e bem animado. Há tempos não recebíamos visitas como as da imagem!

 

O isolamento tem nos feito mais sensíveis aos detalhes da criação e mais atentos ao cuidado.

 

– Vanessa

 

 

O distanciamento social é muito ruim. Sinto falta do contato físico, de congregar com os meus irmãos na fé e da liberdade de visitar parentes e amigos. Outra dificuldade é enfrentar a enxurrada de “informações” nas redes sociais que cresceu assustadoramente nesta pandemia.

– Lúcia

 

O que para muitos foi tempo de sobra, pra mim foi tempo de menos. Parecia tão distante e de repente paralisou… A escola, o trabalho, os cultos, as células e os nossos passeios. E minha dificuldade maior: o tempo… Tempo a mais como mãe, esposa, dona de casa e o mais difícil, ser professora do próprio filho. Vi-me perdida em meio às aulas on-line e à tanta tarefa, não conseguindo segurar a atenção e a concentração necessária, era um verdadeiro desmancha e apaga e, claro, um estresse de ambas as partes, pois tudo era novo tanto para mim quanto para a escola e para meu filho de 6 anos.

 

Fazê-lo entender sobre toda a situação era difícil, porque até mesmo nós adultos estávamos perdidos. Com o tempo, a didática foi se aperfeiçoando, melhorando a forma de ensino, mas o isolamento ficava mais difícil porque além de sermos seres de relacionamentos e gostarmos muito, tinha também a energia e uma criança. Mas, tivemos grandes aprendizados e, como um cliente disse: “Estamos na metade do vermelho”, em breve passaremos tudo isso.

 

– Mara

 

O mais difícil é o psicológico. Temos que nos preparar bem para que não aconteça a crise do medo. Temos que orar e pedir a Deus forças para enfrentar essa doença, fazendo e tomando as medidas necessárias, mas sem medo de sair de casa para trabalhar, ir ao mercado e etc, tomar cuidado como o “corona psicológico”.

 

– Águida

 

Em primeiro momento lembro dos noticiários com seus gráficos, do número crescente de cidades e países sendo atingidos pela Covid-19, das famílias lutando pela vida, das pessoas chorando a perda de familiares, de empregos, de empresas.

 

Um tempo de muitas incertezas. Para os profissionais da saúde, muito trabalho; para os pais, adaptação às novas tarefas na rotina diária; para algumas pessoas, trabalho de menos e muito medo. E meios alternativos surgindo a cada dia para tornar mais natural a rotina e dar continuidade aos processos: aulas e reuniões remotas, lives, videoconferências, crescimento do trabalho em home office… E nunca se falou tanto para ficar em casa, para se cuidar e, quem diria, para não ir à igreja!

 

De tudo isso e muito mais o que tenho a dizer sobre a minha rotina? Lembro do versículo em Tessalonicenses 5.18 – “Em tudo devemos dar graças”. Parece contraditório agradecer por algo que tem gerado muitas dores. Mas, refiro-me ao cuidado do Senhor em todo tempo, pelas boas surpresas, pelo sustento diário, pela proteção e providências… E aprendo a descansar e a depender cada dia mais no Senhor.

 

Enquanto espero este tempo passar, há muito a fazer. Posso ajudar o próximo, buscar aperfeiçoamento profissional por meio de cursos on-line e, principalmente, buscar mais ao Senhor.

 

Vejo como tempo de reflexão (2 Coríntios 7.14). Orar mais… não posso ir ao templo, mas não deixo de ser igreja e posso interceder por tantos pedidos.

 

Devo cuidar da saúde física, espiritual e emocional e diante de novos afazeres, outros passatempos: mais leituras e artesanatos, para ajudar a tornar os dias mais coloridos. E vamos vivendo cada dia na dependência daquele que trabalha por nós.

 

– Vanilda

 

 

Frente ao desarranjo da rotina e dos modos de se relacionar, às exigências trazidas pela pandemia e ao desejo de cultivar a paciência e aquietar-me para ouvir a voz de Deus, voltei a bordar. Entre linhas coloridas, o ensaio de novos pontos, o teste com tecidos diferentes, os resultados da mão desacostumada, sigo dando graças pelos dias, certa da bondade do Senhor, esperando a manifestação da plenitude de sua vontade.

 

– Ariane

 

 

 

Uma das coisas que fiz, motivado pelo período de quarentena foi desenvolver e me arriscar na cozinha. Um gosto antigo e uma forma especial de demonstrar meu cuidado e amor pelos que estão à minha volta – nesse caso, minha esposa. Mas fizemos, em um grupo de amigos, uma troca de pratos. Cada um preparou alguma coisa e entregamos as marmitas nas casas uns dos outros.

 

– Filipe

 

 

 

A pandemia me fez olhar para quem eu sou, principalmente como cristã. Estes foram tempos em que precisei aprender a ser mais dependente do Senhor e confiar no seu controle “apesar dos pesares”. Estou aprendendo a ouvi-lo e deixar que meus planos e desejos estejam mais alinhados com os dele.

Quando a pandemia começou, eu passei a fazer registros de coisas que fiz e aprendi. Lá estão as dificuldades e alegrias, as subidas do morro, o primeiro queijo, o preparo da horta, a fogueira com os amigos, as descobertas dos novos passarinhos, as dificuldades com lives e por aí vai…

– Laís

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