Do fundo do baú
Reler as primeiras edições de Ultimato é um exercício interessante. Os tempos eram outros e os costumes também; muitas das previsões foram acertadas; outras tantas, não. As palavras eram mais diretas (como chamar os não evangelizados de “pagãos”) e, por outro lado, eram usadas com maior cuidado para demonstrar respeito por Deus (por exemplo, todas as vezes que o pronome pessoal ele é usado com referência a Deus ou Jesus vem com letra maiúscula “E”).
Algumas frases e pronunciamentos publicados, ainda que ditos há 51 anos, poderiam ter sido proferidos hoje. Como estas palavras publicadas na edição de março de 1968:
“Uma das razões pelas quais o ateísmo vem crescendo no mundo inteiro se deve ao fato de os cristãos não viverem como deveriam, dando por conseguinte uma ideia falsa do cristianismo”.
Em outros casos, o que se lê é pretérito, apenas reflete o contraste com o que se pensa hoje. Aqui um exemplo:
“Sílvio Lancellotti, editor assistente, e Eda Maria Romio, repórter, ambos da revista Veja, percorreram toda a imprensa internacional para ‘encontrar as normas básicas que comandarão a Terra nos próximos dez anos’. Chegaram à conclusão de que a palavra-chave de todas as previsões é sempre a esperança. ‘Esperança de que existe uma profunda mudança no pensamento e na ação dos homens que comandam’” (Ultimato de janeiro de 1970).
A partir da edição de março/abril de 2019 de Ultimato, estamos liberando quatro edições antigas da revista, quando ela ainda era um tabloide em preto e branco. Abaixo você encontra os arquivos [em PDF] das edições de março dos anos 1968 a 1971, que tiveram os seguintes temas de capa:
> O que nos trará o futuro? (1968)
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