Você está cansado de quê?
ESTAMOS CANSADOS de esperar, cansados de correr, cansados do trabalho ou de procurar por ele, da igreja, da solidão, do casamento, de nós mesmos. Estamos exaustos.
É esse o tema de capa da edição 380 da revista Ultimato (novembro-dezembro). A seguir, um trecho da Carta ao Leitor que abre a última edição de 2019.
Carta ao leitor
Falar sobre cansaço é mais complexo do que pode parecer à primeira vista. Não existe apenas um tipo de cansaço, e ele tem causas e consequências diversas, além de diferentes níveis de intensidade. Pode inclusive mesclar-se àquela sensação de satisfação após a conclusão de uma difícil tarefa intelectual, depois de um árduo dia de trabalho no campo, ou após o cuidado exigente do filho recém-nascido.
Cansaço é coisa séria.
Ele altera o modo como vemos as coisas e nos leva a agir de maneira diferente da que agiríamos se estivéssemos descansados. Parece que vivemos uma epidemia de cansaço.
Uma pesquisa IBOPE Inteligência realizada há alguns anos apontou que 98% dos brasileiros dizem ter algum nível de cansaço físico ou mental. Os jovens – entre 20 e 29 anos – são os mais cansados: 99% dos entrevistados nessa faixa etária afirmaram estar exaustos.
Certamente todos nós temos experimentado algum tipo de cansaço e nos identificamos com o cântico do povo de Judá: “Os carregadores já estão cansados, e ainda há muito entulho para carregar. A construção desta muralha quando vamos terminar?” (Ne 4.10).
Graças a Deus, podemos contar com as promessas de cuidado e de renovação de forças e com os expedientes que o Senhor criou para vivermos uma vida plena. Podemos começar resgatando e ampliando o significado do mandamento do repouso sabático: “Nestes dias difíceis, formemos o hábito de dar ‘domingos’ à nossa mente; momentos nos quais ela não faça trabalho algum, mas simplesmente esteja quieta, olhe para cima e se estenda diante do Senhor como o velo de Gideão – para ficar embebida do orvalho do Céu” (Mananciais no Deserto).
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