Sinto falta dos hinos sacros
Assim que tomou conhecimento do lançamento do segundo volume de Contando e Cantando, D. Raquel Carneiro adquiriu 10 exemplares do volume 2 e do volume 1. Ela quer presentear amigos que também apreciam hinos com o livro. Compartilhou com Romilda, atendente da Editora, seu apreço pelos hinos. Então, pedimos que redigisse um texto. Confira:
Nestes tempos modernos, quando a dedicação ao recolhimento, à meditação, tem se tornado cada dia mais escassa e rara na vida dos filhos de Deus… Sinto falta dos hinos.
Mesmo o tempo reservado aos cultos comunitários não tem a riqueza de outrora, quando a igreja se alimentava da Palavra escrita e cantada, participando dos cantos congregacionais, entoando os mais belos hinos sacros que nos enlevavam, confortavam e nos tornavam prontos para ouvir Deus falando pela leitura da sua Palavra e faziam transbordar do alimento espiritual.
Cantar hinos sacros, cujas poesias foram feitas por homens e mulheres usados pelo Espírito Santo de Deus, cujas mensagens atravessaram épocas e permanecem anunciando…
– “Não temas! Contigo eu sempre estarei”
– “Achei um bom amigo, Jesus, o Salvador”
– “Nele tenho firme abrigo em tentação!”
– “Pois Cristo é luz que nunca se apaga!”
– “Eis que ouvimos tua voz a animar os que andam sós!”
E tantos mais que, tendo como fundo composições melódicas, promovem a reverência ante o Deus que nos ama.
O que presenciamos na atualidade é bem diferente. Muitas vezes, sofremos sob o jugo de sons estrondosos e estridentes de baterias, violões, guitarras e todo tipo de aberração que invadem o culto que prestamos ao Senhor – mulheres moças, meninas dançam num rebolado frenético, com gestos desconexos e falas vazias…
Os hinos sacros não são mais objeto de ensino, de ensaio.
Jovens, crianças e adultos se dedicam a tietar “astros” da música gospel que são ídolos adorados e imitados em verdadeiros espetáculos.
O sonho hoje não é ser como Cristo, mas ser como seus “ídolos de barro”. Querem cantar e dançar como eles. Sabem de cor suas composições gravadas, mas não sabem sequer um hino sacro, um texto bíblico. Que abismo!
A Igreja está muito doente, necessitando de UTI!
A liderança, por comungar do mesmo estilo, por acomodação ou por covardia, vai cada vez mais permitindo que os marcos sejam removidos.
As famílias não praticam a fé no interior de seus lares – filhos não são abençoados, pais não são respeitados. Celular, TV, internet ditam as normas familiares dissolvendo a moral e os bons costumes.
E, assim, a Palavra não é ensinada aos pequeninos, não é inculcada. Por isso, não aprendem o Caminho em que devem andar.
Culto doméstico?! Não há tempo, não há ocasião. Há coisas mais importantes.
As famílias não mantêm a unidade, a união. O que vale é o “cada um por si”. Todos são ocupados demais e não há como separar tempo para a comunhão familiar. Pais ignoram a “agenda” dos filhos e os filhos não ganham “colo” dos pais. Não oram juntos, não leem a Palavra juntos e, claro, hinos sacros não são cantados.
Precisamos voltar ao primeiro amor, à comunhão dos santos, ao partir o pão de casa em casa, a perseverar na oração, à leitura da Palavra e a entoar hinos de contrição, louvor e adoração ao nosso Deus. Hinos que tenham como fonte de inspiração e de mensagem a Palavra que é viva e eficaz, o Evangelho da Salvação, Jesus.
Como Igreja, precisamos voltar ao Caminho. Parar de procurar atalhos, desvios e alimentarmo-nos do Pão da Vida e nos purificarmos no sangue vertido na cruz por amor.
Dediquemos tempo para aprendermos os hinos sacros que não fazem outra coisa a não ser nos tornar sabedores da mensagem de que só o Senhor é misericordioso, só Jesus salva e só o Espírito Santo é o nosso Consolador e que os “astros” e “ídolos” deste mundo nada são e nada podem fazer a não ser nos levar pelo caminho da perdição.
Para a glória de Deus escrevi.
• Raquel Carneiro Rocha, 74 anos, participa de um grupo com assinatura coletiva de Ultimato e mora em Itaquaquecetuba, SP.
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