Métodos de treinamento de Deus
500 Anos da Reforma | Por Martinho Lutero
Então disse José a seus irmãos: “Eu sou José! Meu pai ainda está vivo?” Mas os seus irmãos ficaram tão pasmados diante dele que não conseguiam responder-lhe. [Gênesis 45.3]
O clímax emocional da história de José foi essa revelação súbita aos seus irmãos. Eles haviam pensado que José era um tirano horrível e aterrorizante, pois ele os havia tratado como estranhos e os deixou morrendo de medo. Apesar de ele ter dado muitos indícios, eles não podiam imaginar que houvesse qualquer bondade oculta sob a sua aparência hostil. Mas, depois, ele se revelou diretamente. Sem usar intérprete, ele disse: “Eu sou José!”.
Essa história é um exemplo bonito de como Deus trata o seu povo fiel. Algumas vezes ele nos pune e age como se não fosse nosso Deus e Pai. Algumas vezes ele até parece ser um tirano ou um juiz severo, que quer nos torturar ou até mesmo nos destruir. Mas, no tempo certo – quando ele estiver pronto –, nos dirá: “Eu sou o Senhor, seu Deus. Até agora eu o tratei como se eu quisesse rejeitá-lo ou mandá-lo para o inferno, mas é apenas um exercício que utilizo para treinar o meu povo. Eu nunca teria treinado você dessa forma se não o amasse do fundo do meu coração”.
Nessa história bíblica, Deus nos mostra os métodos de treinamento que ele usa com o seu povo. Isso deve nos confortar. Devemos nos acostumar com o modo como Deus nos prova e nos instrui. Também devemos nos humilhar, para que o mal horrível, chamado pecado original, possa ser contido. Deus não quer nos condenar nem nos rejeitar, mesmo quando nosso sofrimento e punição quase nos destroem e nos matam. Ao contrário, ele deseja nos livrar do pecado que está grudado em nós. Somente então entenderemos o que significa quando Deus diz: “O Senhor mata e preserva a vida; ele faz descer à sepultura e dela resgata” (1Sm 2.6).