Crescendo em Cristo
[500 Anos da Reforma]
Por Martinho Lutero
Até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. (Efésios 4.13-14)
A razão humana tem prazer em encontrar erros nos mensageiros da Palavra de Deus. Ela pode detectar rapidamente se as vidas e hábitos desses mestres não são consistentes com os ensinos absolutamente puros que eles proclamam. De alguma forma, a razão pode julgar a vida deles com base na doutrina que pregam enquanto, ao mesmo tempo, rejeitam essa doutrina. Desta forma, nossos inimigos reclamam que sempre ouvem o evangelho de nós, mas não veem comportamento que combine com ele. Eles dizem que pregamos uma coisa e fazemos outra.
Mas nossos críticos devem se lembrar de que os seres humanos são apenas criaturas com a habilidade de raciocinar. Porém, Deus deu a esses seres humanos a autoridade de governar sobre toda a criação (Gn 1.28). Observe, entretanto, os bebês. Onde está essa poderosa autoridade que Deus deu a eles? As crianças são os seres mais miseráveis de todos os seres viventes. Eles não podem se ajudar nem nas mínimas coisas. Eles dependem inteiramente de ajuda externa; de outra forma, morrem. Apesar de sua impotência, os bebês ainda possuem autoridade sobre toda a criação. Apesar de não podermos ver facilmente essa autoridade, a esperança e a promessa dela permanecem. Assim, os pais tratam com carinho, nutrem e cuidam dos filhos de tal maneira que, quando crescerem e se tornarem fortes, possam empregar essa autoridade.
Assim como todas as pessoas começam a vida como bebês fracos e amadurecem com o tempo, o mesmo é verdade para todos os cristãos com respeito às questões espirituais. Dia a dia, crescemos na nossa fé e por meio dela. Continuamos crescendo até nos encontrarmos com o nosso Senhor como pessoas maduras, assim como Paulo escreveu em Efésios 4.13. Enquanto isso, Deus, o nosso Pai misericordioso, nos assiste em nossa fraqueza e continuamente nos perdoa..