O Meu Lugar no Mundo: Uma caminhada que vale a pena
Converti-me no final de 1974, através do grupo da Aliança Bíblica Universitária (ABU) em Fortaleza. Na ocasião, o encontro não era para um estudo bíblico, estavam discutindo outras questões do grupo. Não sei por que, mas minha cabeça trabalhava para achar soluções para os problemas apresentados. Era como se eles fossem meus. Logo me envolvi totalmente no ministério estudantil.
Paralelamente, um grupo da ABU no qual eu estava inserido começou um trabalho social (Projeto Castelão) nas imediações do estádio Castelão. As coisas andaram juntas por cerca de nove anos até que me mudei para Brasília. No dia de minha chegada ao Distrito Federal já viajei para São Paulo, de ônibus, para minha primeira reunião como diretor financeiro da ABU. Foram 26 anos de diretoria financeira, vice-presidência e presidência. Há quatro anos passei o bastão. Continuo até hoje no presbiterato da Igreja Presbiteriana do Planalto (IPP), que assumi em 1987.
Nunca tive dúvidas quanto ao meu chamado para os ministérios que assumi. Meu raciocínio era simples: se a porta está aberta, se eu estou no jeito para assumir e se não tenho qualquer obstáculo honesto, então é porque a porta é de Deus.
Dou graças a Deus pela minha jornada vocacional até agora. Tudo tem confirmado o meu chamado. Penso que um dos segredos para isso é o fato de que minha esposa Luzia sempre esteve junto, pagando o preço com muito trabalho e paciência.
Quanto ao meu trabalho secular, servi por 38 anos, 35 deles como analista do Banco Central, onde me aposentei. Sentia meu campo profissional como uma oportunidade excelente que Deus estava me dando. Tive à minha disposição locais extraordinários para testemunhar, tanto verbalmente como através do meu trabalho, em todos os setores onde trabalhei. O espaço era aberto pelo bom relacionamento com os colegas e pelo respeito que eles tinham pelo meu trabalho e ética profissional.
Por mais espantoso que possa parecer, não me lembro de ter tido escolhas realmente difíceis. Dúvidas surgiram, mas não que colocassem em risco minha decisão final. As muitas dificuldades surgidas eram as normais desse tipo de caminhada.
O resultado do meu chamado até agora é ver que nenhum sofrimento foi em vão. Mesmo longe de terem sido perfeitos, sinto que Deus tem abençoado cada passo. Ao ver jovens, entre eles meus filhos, com uma boa formação bíblica e consciência de cidadania cristã, fico muito feliz pela caminhada. Há pastores formados dentro dessa visão de cristianismo integral. Não foi por falta de sólido ensinamento bíblico que alguns se desviaram da fé. Valeu tudo a pena. Ebenezer: até aqui nos ajudou o Senhor.
José Miranda Filho, 60 anos. Casado, pai de quatro filhos, avô de cinco netos. Presbítero da IPP e funcionário público aposentado.