Por Lissânder Dias

Hoje almocei com um jovem da Malásia. Ele é empresário e dedica parte dos recursos para participar de projetos missionários em países vizinhos como o Camboja e Vietnã. À tarde conversei com um rapaz da República Dominicana. Ele trabalha em projetos sociais com crianças em risco. Ontem, enquanto voltávamos de ônibus para o nosso hotel, conheci a brasileira Ana Paula. Ela é enfermeira e missionária na Ásia, socorrendo vítimas de desastres ambientais.

Mesmo com meu inglês bem fraco, consegui conversar com o jovem empresário da Malásia. Trocamos contatos. Ele pretende visitar o Brasil com a esposa em 2017 e prometeu que fará contato comigo. O irmão da República Dominicana ficou feliz em saber sobre alguns projetos evangélicos que serão realizados durante os Jogos Olímpicos. E a brasileira? Mesmo ainda tão nova, ela enfrenta o sentimento de dor dos outros e entende que Deus a chamou para tal.

Conexões. Este talvez seja o efeito mais imediato que um evento como o Encontro de Jovens Líderes de Lausanne (ELJ2016) pode gerar. Ele reúne desde ontem mais de mil pessoas de quase 150 países em Jacarta na Indonésia. Estas pessoas têm a chance única de conhecer gente que, na realidade, está muito longe delas. Elas podem sentar juntas. Podem compartilhar suas histórias que vão além de simples “likes” ou “seguidores”.

“Queremos conectar, contar os feitos de uma geração à outra”, disse Michael Oh, presidente do Movimento Lausanne ontem na cerimônia de abertura. “Se queremos ver o reino crescer, precisamos nos conectar”, afirmou Attila Nyári, da Hungria. David Benson, da Austrália, nos lembrou que “juntos, podemos aprender quem Jesus quer que sejamos hoje”.

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David Benson, da Austrália, fala no segundo dia do ELJ2016

Lausanne investiu bastante neste alvo de conectar. Além de reunir mais de mil pessoas em um mesmo lugar (imagine o custo financeiro e o trabalho disso!), elaborou um aplicativo exclusivo para smartphone com todos os participantes cadastrados e prontos para fazerem conexões virtuais com quem está aqui, mesmo depois do evento.

Enquanto escrevo, lembro que estamos em um dos países mais populosos do mundo. O trânsito aqui é cheio, e enquanto andamos pelas ruas e shoppings encontramos tanta gente com seus smartphones em “conexão” com outros.

Estamos conectados virtualmente, mas nosso esforço não é proporcional à realidade necessária. Para nos conectarmos de verdade, precisamos ir até o outro. Olhá-lo. Ouvi-lo. Um amigo brasileiro me disse no primeiro dia deste evento:

“O pastor Valdir Steuernagel [colunista da revista] me disse que uma das coisas mais importantes para aproveitar eventos como este é aprender a ouvir quem encontramos”.

Nesta manhã do segundo dia do ELJ2016 um grupo de teatro contou, de forma criativa, toda a história bíblica. Adentrar nesta “grande história” é o melhor caminho para nos abrirmos ao outro. Conexão gera encontro. Encontro é oportunidade para reconciliação. Deus tem uma história para contar. E é uma narrativa de graça, pecado, perdão, ressurreição e redenção.

O que nos une? O que nos conecta? Mais do que simpatia. É a experiência com a “Grande História” de salvação, com o Senhor do mundo, o Reconciliador, que transforma a Babel em Pentecostes.

O ELJ2016 começou com o desejo de gerar conexões profundas e eternas no caminho da missão de Deus. Que assim seja nos próximos dias, e para além deles.

  • Lissânder Dias é editor do Portal Ultimato e foi um dos convidados do ELJ2016.
  1. Lissânder cumpre o nobre papel de reportar-se a este evento. Mas deve ser dito com clareza que Lausanne é campeã de ‘papers’ e relatórios.

    Terminado o evento, vão todos para casa e fica tudo do mesmo tamanho. Lausanne não tem recursos para implementar nada, por isso os relatórios sem fim.

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