“Me interesso pelos vestígios da passagem do tempo nas superfícies dos corpos, dos objetos e da natureza”. Esse é o caminho para apreciar e entender o trabalho de Viviane Prates. Nossos boletins Últimas deste mês mostra algumas obras desta artista e cristã convicta.

Formada em pintura pela Escola de Belas Artes da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Viviane é especialista em História da Arte. Tem 39 anos, é casada e mãe de dois meninos. Nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criadaem Minas Gerais, nas suas próprias palavras, “estado com qual se identifica totalmente”.

Conheça um pouco mais sobre a arte e o pensamento de Viviane:

A paixão pelo desenho
“Desde criança o desenho ocupa um lugar especial na minha vida e faz parte da rotina do meu dia-a-dia.  Tive grande incentivo do meu pai que já comprava livros de arte quando eu ainda tinha 5 anos. Cresci folheando estes livros e nunca tive dúvidas sobre o que queria ser. Comecei a pintar na adolescência e não parei mais”.

Estilo
O meu trabalho é sempre figurativo e costumo usar materiais tradicionais de pintura. Tenho uma grande identificação com a técnica da aquarela – pelo tipo de trabalho que ela exige, intimista, lento e limpo, mais mental que físico. Ela pede do espectador um olhar cuidadoso e profundo, pois nos conduz  para dentro do espaço pictórico, onde papel e tinta se casam e tornam um só, sem películas superficiais”.

Inspiração
Me interesso pelos vestígios da passagem do tempo nas superfícies dos corpos, dos objetos e da natureza. As cores e textura da ferrugem de uma fechadura, o desgaste que deixa ver as camadas de tinta em um muro antigo, as rugas e manchas na pele humana. Gosto de um jeito de olhar especial, um pequeno detalhe de um objeto que dá pistas de uma história vivida e do significado que ele pode ter tido e continua tendo para alguém”.

Fé e arte
“Já me preocupei em fazer uma arte que fosse cristã, mas no meu caso me pareceu forçado fazer essa separação. Hoje penso que se a sua fé é a forma como você entende e se relaciona com o mundo e se é a partir dela que você constrói seus valores, isso vai aparecer naturalmente no seu trabalho artístico”.

Trabalho
 “Participei de exposiçõesem Belo Horizonte (MG). Trabalho atualmente com ilustração, pintura e arte-educação. Abrir a visão de alguém para o universo da arte e ajudar esse alguém a concretizar seus sonhos através de cores e traços é algo maravilhoso e gratificante”.


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  1. “Já me preocupei em fazer uma arte que fosse cristã, mas no meu caso me pareceu forçado fazer essa separação. Hoje penso que se a sua fé é a forma como você entende e se relaciona com o mundo e se é a partir dela que você constrói seus valores, isso vai aparecer naturalmente no seu trabalho artístico”.

    [1]. Uma arte cristã… separação”. A construção pareceu-me confuso. Entendi que ela não poderia fazer outra arte, senão cristã.

    [2]. Se a fé é a ‘forma’ se entende o mundo e se constrói valores, eu penso que a fé seria o conteúdo da forma (artística, expressa nesse lindo quadro aí) e que apontaria para valores.

    [3]. Fica difícil para um apreciador de artes, nada além do tradicional e corriqueiro, porém, entender a diferença ou a distinção que deseja fazer com a fé. Por exemplo, ela se recusaria a pintar algum nu artístico? Produzir para alguma associação que fosse ateísta?

    [4]. Exatamente o que quer dizer o parágrafo acima que pincei do texto? Por exemplo, “…vestígios da passagem do tempo nas superfícies dos corpos…” seria pintar a velhice?

    [5]. http://abaaquarela.blogspot.com.br/2010_08_01_archive.html Tem belíssimas aquarelas. O link aí é da Associação Brasileira de Aquarela e da Arte sobre Papel. Muito bonito, vale a pena!

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