A quarta e última mesa redonda do Encontro de Amigos tratou do desafio de reenvangelizar a atual sociedade brasileira. Foi composta pelos articulistas da revista Ultimato, Rubem Amorese e Mark Carpenter, e moderada pelo músico e também articulista, Carlinhos Veiga. 

O evangelho do colo
Rubem Amorese começou a mesa redonda refletindo sobre o texto de Romanos 12.1-2. “Que século? Que mente?”, perguntou ele.
Amorese falou de uma sociedade que não é solidária, mas sim solitária; de uma geração que precisa de colo, que precisa de um sentimento comunitário do “pão e vinho”, da nova aliança. Uma sociedade que requer mais do que apologética, precisa de aconchego. 

Ele também comparou a nossa sociedade como um supermercado que tem de tudo e com um beija-flor que apenas suga o néctar das flores. “Somos como o pássaro que vai de flor em flor, mas que não permanece no chão. Na minha época, ficar era sinônimo de permanecer”. 

“Minha proposta é a boa e velha encarnação, como diz João (1.14): ‘Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós’. Devemos pregar o evangelho do colo de Deus, o ministério da reconciliação”.

Comunicação é essencial
Mark Carpenter falou sobre os desafios de comunicar e evangelizar em uma sociedade que ganha novas tecnologias e maneiras de se comunicar, mas que perde a capacidade de concentração. “A comunicação é essencial para a sociedade e para a igreja. A Grande Comissão tem a ver com comunicação”, disse ele. 

Mark também traçou o cenário da leitura atual e do trabalho das editoras, igrejas e orgãos de comunicação diante desta era de comunicação. Entre os desafios, estão: o esforço maior de dar valor ao conteúdo comunicado, a dificuldade da sociedade de ler coisas mais extensas e o novo poder do indivíduo como comunicador. 

Em meio a todos estes desafios, está a grande questão: como acompanhar a nova maneira de se comunicar, sem perder a cosmovisão cristã? “É necessário compreender e respeitar as pressuposições pós-modernas que parecem caracterizar muitos que transitam pela web. Não precisamos compremeter nossas convicções, mas é necessário buscar um diálogo inicial respeitando os termos da cosmovisão alheia até ganhar o direito de ser ouvido”. 

Mark então conclui: “estou convicto de que as oportunidades que se abrem para as igrejas são muito mais contundentes do que as ameaças. Basta coragem, perspicácia…”

Debate
Após as exposições, o moderador abriu espaço para perguntas dos ouvintes. Leia algumas, e suas respectivas respostas:
1. Como evangelizar a sociedade plural, se a Igreja está marcada por ela?
Rubem Amorese:
transformando-nos pela renovação da nossa mente. Isso se faz com oração, votos, consciência. Devemos orar: “Pai, transforma a nossa mente”. Ou então tudo está perdido.
2. Os livros impressos não vão ficar obsoletos?
Mark Carpenter:
Ainda vai demorar bastante tempo para o formato tradicional acabar. As editoras têm receitas suficientes para manter o formato. Mas também estamos tranquilos para nos adaptar a quem prefere outros formatos.
3. Por onde começar? Desconstruir para contruir de novo? Se devemos “voltar para casa”, como fazer?
Rubem Amorese:
Olhar para dentro não exclui o olhar para fora. Minha preocupação está com a mente das pessoas que fazem. Devemos olhar para nós mesmos, para nossa casa, e pensarmos como o evangelho faz. O colo de Deus pode aglutinar todas as coisas.

Considerações finais
“Estamos numa conversa de cozinha. E é assim que as grandes coisas acontecem. Vamos olhar para nós mesmos nesta conversa de cozinha e encontrar a oportunidade de pensar sobre nós.” (Rubem Amorese)
“Nossa obrigação não é reenvangelizar, é evangelizar sempre. Precisamos ler editoras não-evangélicas, ir ao cinema, ao teatro… para compreendermos a sociedade brasileira.”  (Mark Carpenter)

Por Lissânder Dias

  1. Com que sabedoria vamos evangelizar? uma geração de características mutáveis sem limites. Estamos sim em vez de abrir corações estmos semeando sementes em mentes duvidosas e se repete a palvr das sementes que se perdem na sua semeadura. Alguns querem retornar a igreja do 2º século, como? Não temos a resposta final, ou seja permanecemos com muitas incógnitas e com muitas cabeças sem encontra a resposta das equações. Vivemos numa tologia conflitante e divergente, mas a fé remove montanhas.

  2. A Igreja precisa voltar ao “Caminho Antigo” de Jeremias 6.16, para ter descanso na alma. A Torah continua viva, os 10 mandamentos estão vivos sob a reinterpretação de Yeshua HaMashiach (Jesus Cristo). O grande problema da Igreja foi abandonar esse Caminho Antigo e sua ligação com Israel, o relógio de Deus. Veja que em Apocalipse Igreja e Israel vão se unir de novo. Esse é o caminho…Jesus nos leva a ele.

  3. Além de tudo que se possa fazer, e todas as abordagens acima são corretas, entendo que devemos nos voltar para a evangelização da família. Acho que a família ainda não acabou e há esperança para ela. Em uma cultura que está se tornando cada vez mais individualista e intimista a família é o último refúgio daquele que quer interagir com o outro (Infelizmente a Igreja está perdendo essa característica).

  4. Não creio que fomos chamados para analista de solos. Na parábola do semeador Jesus deixa claro que o semear deve ser feito em terra distintas. O semeador não deve se preocupar com as condições da terra, e sim, lançar a semente. Ele não é um analista de solos. Semeia e pronto. Nossa preocupação deve ser tão somente em pregar o evangelho. A obra é de Deus, e ELE, somente ELE, tem o poder de fazê-la germinar, crescer e produzir frutos.

    Cada homem deve ser um instrumento de Deus, colocando-se na brecha perante ELE em favor desta terra. Cada um de nós tem procurar enchegar esse mundo pela ótica d’ELE, e certamente ELE nos dará forma diferente para fazer a sua obra de acordo com o que necessitamos.
    Abraços.

  5. Viver e pensar como Jesus, esse sim, é o nosso grande desafio. Ter desejo de fazer dos homens pescadores de almas, andar entre os pobres, entre os excluidos. Transitar entre eles com misericódia. Amá-los sem esperar recompensa, apenas amá-los. Dividir o pão e o vinho. Espulsar os demôneos, curar os enfermos. Anunciar o ano aceitável do Senhor. Doar sem ser notado… Nosso maior desafio é parecer com Jesus!

  6. maria bernardete maia dantas

    Percebo que o mundo não mudou, mas DEUS continua chamado o homem para um verdadeiro encontro com ele e isso só acontecerá creio eu através de um avivamento. Não digo de um avivamento espetaculoso, mas vivendo o amor de DEUS de verdade.

  7. A proposta de se pensar na re-evangelização se adapta a pergunta de como cristãos estamos presos a interpretações erroneas e ações desarticuladas da proposta de Deus e de Cristo. Temos dificuldades, a ai me incluo com certeza, em ser luz nas trevas por que aprendemos mal. Nosso código de etica e moral cristã, por melhor que seja de qualquer outro, está bem longe de contemplar a Graça de Deus revelada em Jesus o Cristo. Jesus entrou na casa de corruptos, se assentou com ladrões, comeu com enfermos, pobres e prostitutas,teve uma vida social equilibrada (mesmo dizendo qu o filho do homem não tinha onde reclinar a cabeça, nunca se permitiu deixar de ter qualidade de vida e cumprir com seus deveres mesmo que para isso fosse necessário tirar dinheiro de dentro de um peixe), Ele tocou em leprosos, excluidos e etc. Acredito que se conseguimos interpretar a Graça divina, com o equilibrio que merece, então nossa missão no mundo terá o equilibrio do Amor de Deus sem perder sua essência e mensagem.abraços e que o Senhor nos encha de seu Santo Espirito e amor.

Leave a Reply to Luiz Claudio Costa Cancel Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


The reCAPTCHA verification period has expired. Please reload the page.