O nosso desafio é aqui e agora!
O relato de um nortista no 7º Congresso Brasileiro de Missões
Por Phelipe Reis
Inspirado e desafiado. Assim voltei para casa após participar pela primeira vez do 7º Congresso Brasileiro de Missões, que aconteceu em Águas de Lindóia, SP, no período de 6 a 10 outubro. Os cinco dias de congresso me possibilitaram ter a dimensão da grande obra que Deus está fazendo no mundo e ver que o Espírito Santo está em movimento. São inúmeras igrejas mobilizadas para missões; diversos projetos para evangelizar lugares e públicos específicos; dezenas de agências, juntas e organizações para capacitação e envio de missionários; e milhares de pessoas que têm dedicado tempo, dons e recursos para desfrutar do privilégio de colaborar com Deus em sua missão no mundo.
O tema do evento foi “Realidades que não podemos ignorar”. Algo que chamou minha atenção foi saber que os indígenas e os ribeirinhos ocupam o primeiro e o segundo lugar na lista1 dos segmentos menos evangelizados no Brasil. Quando falamos em missões, é comum pensarmos em outros continentes e países, mas às vezes não damos a devida atenção para a realidade mais próxima de nós. Admito que, mesmo morando em Parintins, no interior do Amazonas, desconhecia a dimensão da necessidade de evangelização entre os ribeirinhos. Agora, sabendo que 10 mil comunidades estão sem igrejas evangélicas na bacia Amazônica, não posso ignorar essa realidade.
Sabemos que muito já tem sido feito para levar Cristo aos ribeirinhos, mas ainda é grande a necessidade, principalmente, de pessoas dispostas a ir para algum lugar no interior da Amazônia. Pude confirmar essa demanda ao conversar com o pastor Jeremias Nunes, da Junta de Missões Nacionais, da Convenção Batista Brasileira. Ele disse que o envio de missionários para os trabalhos ribeirinho e indígena é uma das prioridades da JMN.
É importante que as iniciativas missionárias para alcançar esse público estejam baseadas na visão do evangelho integral. Um bom exemplo que nos inspira é o trabalho da Missão Evangélica de Assistência aos Pescadores (Meap) que, além dos projetos de desenvolvimento comunitário que realiza na costa brasileira, está formando uma rede de colaboração entre as organizações que já atuam entre os ribeirinhos da Bacia Amazônica. Iniciativas como esta precisam ser fortalecidas, pois potencializam parcerias e otimizam esforços para a propagação e demonstração do evangelho.
Diante de tantos desafios nacionais e mundiais que foram expostos no 7º CBM, estou certo que o meu é aqui no Norte do Brasil. E como parte da igreja nortista, que tem Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima entre os seis estados com o maior número de evangélicos do país, sei que precisamos encarar nosso desafio com mais proatividade. Não podemos ignorar as 10 mil comunidades ribeirinhas sem igrejas evangélicas na bacia Amazônica e tampouco fechar os olhos para as 117 etnias indígenas sem presença missionária e sem conhecimento do Evangelho.
Faz parte da nossa história como igreja na região receber missionários de outros países, mas acredito que é tempo de levantar missionários locais para alcançar as comunidades que ainda têm pouco ou nenhum conhecimento do Evangelho. Missionários de outros lugares sempre serão bem-vindos, mas à igreja local cabem duas tarefas: primeiro, orientar os jovens no que se refere à vocação, para que estejam dispostos a abrir mão das atrações do mundo e abraçar o chamado de Deus para suas vidas; segundo, se dispor a investir na capacitação, envio e sustento daqueles que querem dedicar-se integralmente nas mais diversas facetas de missões. É preciso entender que o nosso desafio é aqui e agora e essa realidade nós não podemos ignorar.
— Phelipe Reis é representante do Paralelo 10 em Parintins no Amazonas. Tem 25 anos e é casado com Luíze Bispo.
Nota:
1. A lista que classifica os sete segmentos menos evangelizados no Brasil está disponível no DVD Envolva-se – materiais para mobilização missionária, organizado pela Create Internacional com o apoio da AMTB e do Centro Martureo.
Jean Oliveira
esses eventos é tremendo. Participei do congresso para pastores e líderes da ALEF em Nata, aprendi muito. Espero que tenha a oportunidade de uma dia participar do congresso brasileiro próximo ano