Por James Gilbert

“As crianças desta geração, são convidadas a entrar pelas portas para uma cidade protegida (…)”

INTRODUÇÃO
Você consegue imaginar a Deus como um deus infiel? Como seria para nós ter um deus infiel? Não poderíamos confiar nele porque suas promessas não significariam nada. Seus decretos e alianças seriam inúteis porque estaríam sujeitos à mudanças sem notificação prévia. Se ele nos abençoasse, talvez desfrutássemos destas bençãos por algum tempo, mas não por muito tempo. Será que ele teria o poder de nos salvar? Não teríamos como saber. Seria o deus do caos. E este deus, com certeza não seria digno de louvor e honra. Ninguém chegaria até sua presença com alegria e júbilo.

Felizmente, o Criador, o Deus de Abraão, é fiel. O amor e a bondade de Deus só existe em toda a sua grandeza e profundidade por causa da sua fidelidade. E, embora fidelidade seja o ingrediente mais fundamental em qualquer relacionamento, no mundo de hoje em constante mudança, não esperamos que durem muito. Mas o SENHOR não muda, ele não abre mão da seu caráter. Ele é fiel.

QUAL É O ASSUNTO DO SALMO 100? (Leia o Salmo)
Este Salmo tem quatro estrofes contendo 3 versos cada, num total de 12 versos. Nos versos a seguir marque com a letra A, quando a frase for uma orientação quanto a ATITUDES E AÇÕES que devemos ter em relação ao SENHOR. Marque com a letra R, os versos que nos RELEMBRAM as atitudes de Deus em nosso favor.

O resultado deste exercício nos ajuda a perceber um ritmo e ordem que geram harmonia estética.

1. _ _ _ Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os habitantes da terra.
2. _ _ _ Servi ao SENHOR com alegria
3. _ _ _ e apresentai-vos a ele com cântico
4. _ _ _ Sabei que o SENHOR é Deus!
5. _ _ _ Foi ele quem nos fez, e somos dele
6. _ _ _ somos o seu povo e ovelhas do seu pasto
7. _ _ _ Entrai pelas suas portas com ação de graças
8. _ _ _ e em seus átrios com louvor
9. _ _ _ Dai-lhe graças e bendizei o seu nome
10._ _ _ Porque o SENHORé bom;
11._ _ _ a sua benignidade dura para sempre,
12._ _ _ e a sua fidelidade de geração em geração.

VEJA QUE:
1 a 3 Os versos declaram a atitude que todos devemos ter em relação ao SENHOR.
4 a 6 Estes versos declaram quem é o SENHOR, sua atitude e ações em nosso favor.
7 a 9 Versos que declaram a atitude que todos devemos ter em relação ao SENHOR.
10 a 12 Estes versos declaram quem é o SENHOR, a sua atitude e ações em nosso favor

OLHANDO PARA O SALMO 100 DESTA FORMA, DÁ PARA PERCEBER QUAL É O FOCO PRINCIPAL?
O foco principal deste poema é o SENHOR. Todas as atitudes e ações centralizam-se  o redor do SENHOR. “O SENHOR” é o nome pessoal de Deus. Ele substitui o termo hebraico Jeová, Yehováh ou ainda YHWH. Isto é importante porque quando ouvimos a palavra “senhor” pensamos em um título e não em um nome pessoal. Este nome era tão sagrado para os israelitas que eles nem o pronunciavam. Os cristãos continuaram com esta tradição de prestar reverência ao nome pessoal de Deus usando “o SENHOR” com letras maiúsculas ao invés de senhor.

O QUE O SENHOR TEM A VER COM AS GERAÇÕES?
O nome SENHOR (Jeová, Yehováh ou ainda YHWH) aparece no texto sagrado pela primeira vez em Gênesis 2.4. “Estas são as gerações do céu e da terra quando foram criados, no dia em que Deus Jeová os criou” (Sociedade Bíblica Britânica). Depois, Deus revela o significado do seu nome a Moisés no encontro na sarça ardente: “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês”. Mais adiante ele explica,“Diga aos israelitas, ‘O Senhor, o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó, enviou-me a vocês’. Esse é o meu nome para sempre, nome pelo qual serei lembrado de geração em geração”. (Ex 3.13-15) O nome do SENHOR está intimamente ligado à ideia de gerações. O tema “gerações” permeia a Bíblia do começo ao fim. A história bíblica de gerações começa com Adão e termina com o Novo Adão, Jesus Cristo. É por meio das gerações, algo impossível sem que haja a procriação, famílias, filhos, crianças, que o SENHOR revela a sua fidelidade.

Observe no Salmo 100 os termos do primeiro e último versos: todos os habitantes da terra e de geração em geração. Estes termos são inclusivos, a fidelidade de Deus atinge TODA a ordem criada.

Observe no Salmo 100 os termos dos versos 5 e 6: “Foi ele quem nos fez, e somos dele” e “Somos o seu povo e ovelhas do seu pasto”. Esta linguagem é mais pessoal, mais excludente. A fidelidade do SENHOR é ao mesmo tempo inclusiva (disponível para toda a terra) e pessoal (voltada com atenção especial para o seu povo).

Cada nova geração é um presente de Deus carregado de esperança renovada. O mundo secular, na verdade, tenta imitar este dom que pertence exclusivamente ao SENHOR. Somos viciados no “novo”, na novidade tecnológica, nos avanços da ciência. Os novos dispositivos são sempre mais rápidos, mais poderosos. Mas são também rapidamente suplantados. O valor do que inventamos é sempre efêmero. A fidelidade de Deus, manifesta em cada geração, nunca enfraquece, nunca diminui em poder ou valor.

• Como a fidelidade de Deus se compara à nossa? Como a sua comunidade responde às evidências da fidelidade de Deus, de geração em geração? Vocês reconhecem o mover de Deus em todas as faixas etárias? Em toda a criação e no seu contexto geral, não apenas interno?

QUE ESTRUTURAS SOCIAIS DEUS ORDENOU PARA QUE AS CRIANÇAS DESFRUTASSEM DA SUA FIDELIDADE?
Fidelidade é crucial para nossas comunidades e famílias. Ela tem um impacto especial sobre a criança. Sem esta relação de confiança, o crescimento em “estatura, sabedoria e graça”, desejo de Deus para toda criança, fica prejudicado. Infelizmente, muitas crianças nascem e crescem em situações muito instáveis. Em casos extremos, elas chegam ao absurdo de não poderem confiar em ninguém. Elas são naturalmente alegres e cheias de esperança, mas sob condições muito precárias, elas podem se tornar cínicas, revoltadas e deprimidas. Graças a Deus pelos ministérios que visam trazer alento para estas crianças e adolescentes.

Há duas estruturas mencionadas no Salmo 100 que são importantes quando pensamos nas crianças: PORTAS e ÁTRIOS. As portas de uma cidade murada na Antiguidade permitiam que os seus cidadãos entrassem para um lugar seguro ao mesmo tempo em que bandidos e inimigos eram barrados. Para que uma porta funcionasse adequadamente era necessário treinar guardas para checar todos que adentravam a cidade. O papel destes guardas era o de proteger todos os cidadãos.

Pensando nisto, responda:
• Nossas igrejas, escolas e projetos sociais, lugares que reúnem crianças com o propósito de providenciar um lugar seguro e próprio para o seu desenvolvimento, treinam e executam boas formas de proteção contra “bandidos e inimigos invasores”?

O átrio era um local no palácio onde os cidadãos eram recebidos pelo rei, lugar no qual o cidadão entrava na presença do rei, face a face. “Entrai nos seus átrios com louvor”, diz o Salmo 100. Ou seja, entrai na presença do SENHOR com louvor e gratidão! As crianças são cidadãs do reino também.

Na verdade, Jesus as considera como cidadãos modelo que precisam de proteção e respeito. (Mt 18.1-6)

• A sua igreja, escola ou projeto social permite e encoraja a participação das crianças e adolescentes nas atividades, principalmente nas que são de cunho litúrgico ou espiritual? A ordem e estrutura dos cultos e demais manifestações coletivas inibem ou promovem a participação das crianças no ato de adorar a Deus? As crianças da sua comunidade são convidadas a entrar pelas portas e chegar no átrio interno, face a face ao SENHOR?

CONCLUSÃO
Em geral, as crianças amam louvar ao SENHOR, aprender a cantar, dançar e se expressar num ambiente alegre e seguro. No ministério com as crianças, em nossas igrejas e comunidades, precisamos garantir o acesso delas não só à “cidade” mas também ao átrio interno da casa do SENHOR. Jesus sempre recebeu as crianças, elas sentavam no seu colo! Quando os discípulos tentaram impedir o acesso das crianças a Jesus, foram duramente repreendidos. Não sejamos nós hoje merecedores desta mesma repreensão.

O Salmo 100 nos remete à um Deus fiel que no seu caráter tem o poder de amar de geração em geração. As crianças desta geração, são convidadas a entrar pelas portas para uma cidade protegida, são encorajadas a entrar na presença do SENHOR com cânticos, dança e muita alegria.

Nossos locais de adoração e ministério ao SENHOR precisam ser lugares seguros para todas as gerações, cujo propósito é levar-nos á presença de Deus. A fidelidade do Senhor para com os seu povo, nos compele a prover “cidades” seguras, para que cada geração possa entrar na Sua presença com louvor, ações de graça, bendizendo
o seu nome.

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