Não canso de dizer que a Bíblia Missionária de Estudo (BME) não é uma Bíblia de Estudo para missionários — pelo menos, não exclusivamente. Em vez de objetivar o ministério em terras alheias — por sinal, esperamos que sirva para estimular e dar recursos aos missionários –, é a própria Bíblia em si que entendemos como “missionária”. O simples fato da existência da Bíblia é o maior indício que Deus queira comunicar-se conosco e, ao ler o que está escrito, nela sobressai um plano, um objetivo para o povo que ele chamou e para o mundo que criou. É isso que entendemos de “missão” (eis o título). Por isso, o público da BME são todos aqueles que fazem parte desta missão da divulgação das boas-novas — enfim, todo o povo de Deus.

Por causa desta abrangência maior, a gestão da BME, de certo modo, pertence a todos nós que ouvimos a voz de Deus por meio desta Sua Palavra e nos engajamos em uma missão, mesmo uma missão com diversas incumbências específicas de acordo com o chamado e os dons de cada um. No meu caso, eu me lembro de ter ouvido a pregação simples do meu avô aos 5 anos sobre o papel da fé na vida e ter crido. Naquela tarde, em meu quarto, me lembro de ter entregue a vida a Cristo e iniciado uma vida de oração. Mas tarde, na época da faculdade e por meio da leitura e estudo da Bíblia, eu entendi que ser discípulo de Jesus significava assumir a missão de Deus para a minha vida. Eu ainda não sabia como isto iria se traduzir em termos de carreira profissional, mas no meu caso desconfiava de uma vocação como missionário em outro país. Quatro ou cinco anos depois, aos 25 anos de idade, eu já estava no Brasil e recebi da minha denominação a designação de “evangelista urbano”, que significava plantar igrejas nas cidades do interior do Centro-Oeste do Brasil. Eu fiz isso nos meus primeiros seis anos no Brasil, porém, desde o início com a consciência que a igreja brasileira, grosso modo, sabia melhor evangelizar e plantar igrejas que os meus conterrâneos. Diante desta observação, eu e minha esposa Marta (que conheci no meu primeiro dia no Brasil!), começamos a orar durante aqueles anos para que Deus nos usasse no preparo de brasileiros para o ministério transcultural. Enquanto isto, eu comecei a estudar missiologia (a “ciência” de missões) com o objetivo de me tornar professor. Foi nesta época que a minha atenção voltou-se para o conceito de missão na Bíblia. Este foi assunto da minha tese de mestrado e eventual doutorado. Sem saber, e em retrospectiva, acredito que Deus estava me preparando para a produção da BME.

A minha visão de “missões”, então, foi se voltando cada vez mais para suas bases bíblicas. Quando eu tinha oportunidade de falar sobre missões, falava quase sempre sobre suas bases bíblicas. Foi isso que aconteceu em 1983, quando o Rev. Elben César me convidou para pregar na conferência missionária da Igreja Presbiteriana de Viçosa (MG). Dei três palestras sobre as bases bíblicas de missões que se tornaram, por sua vez, três artigos na revista Ultimato. Depois recebemos o convite para morar em Viçosa e dar início ao Centro Evangélico de Missões. Aqueles estudos e, eventualmente as teses e pesquisas de mestrado e doutorado, transformaram-se ao longo dos 30 anos seguintes em centenas de palestras e sete livros que destacam a missão de Deus por meio da Palavra de Deus.

Com tanta ênfase nesta dimensão missionária da Bíblia durante o meu ministério, alguém poderia imaginar que a produção de uma Bíblia Missionária seria algo inevitável, mas não foi. Deus havia dado a visão desta produção para outra pessoa que eu conhecia quando ele era jovem e participou de uma Conferência Missionária na Assembleia de Deus em Jundiaí onde eu havia pregado. Jamierson conta que esta visão veio em 2001. Nos anos seguintes, ele consultava algumas pessoas sobre o projeto, que mesmo assim não decolou. Em 2007, ele me telefonou, se reapresentou, e me perguntou o que achava da ideia. Por um lado, eu o máximo, mas por outro, certa estranheza. “Por que nunca pensamos nisto antes?”. Assim, então, em 2007, o projeto começou concretamente e, em 2011, passou a ser um projeto abraçado entusiasmadamente pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).

Prontamente, coloquei-me a trabalhar nos seis meses posteriores, escrevendo notas para os primeiros oito livros da Bíblia, de Gênesis a Rute. Diante da grandeza do projeto, percebi a necessidade de montarmos uma equipe maior de autores de notas, reflexões temáticas e apêndices. Conseguimos uma boa e diversificada equipe de cerca de 50 pessoas, de boa reputação e que sabiam fazer a leitura “missionária” da Bíblia. Pessoas como: Bárbara Burns, Carlos Queiroz, Edison Queiroz, Elben César, Hernandes Dias Lopes, Ronaldo Lidório, Russell Shedd, Samuel Escobar, Silas Tostes e Valdir Steuernagel.

O PROPÓSITO 

Bíblia Missionária de Estudo tem como objetivo explicitar ao longo das Escrituras as diversas dimensões do plano restaurador para o mundo e para a criação, contemplando tanto o papel do povo de Deus neste plano como outros meios e dimensões relatados nas Escrituras. Com isso, queremos mobilizar a igreja para cumprir sua principal tarefa (Mt 28.18-20).

O público alvo é o leigo interessado suficientemente no estudo da Bíblia para optar pela compra de alguma Bíblia de Estudo, interessado no impacto do evangelho dentro do seu contexto, quer por meio do evangelismo, quer por meio de ministérios de cunho social; o estudante e candidato ao trabalho missionário, e pastores e líderes eclesiásticos que incentivam o engajamento missionário. Poderá ser um bom recurso para os professores e outros acadêmicos da missão da igreja, mesmo que as notas não sejam desenvolvidas extensivamente e usem uma linguagem não técnica.

Dois conceitos de “missão”

Dois conceitos do universo missiológico servem para nortear, de modo geral, este projeto:  o conceito da missão integral e o conceito de missio Dei. Ambos auxiliam a compreensão e ação missionárias de modo abrangente e inclusivo1. Esta adoção representa uma preocupação de não restringir as áreas de atuação missionária. Entretanto, até hoje não há uma definição específica nem das atividades e nem dos conceitos que esta integralidade “abrange” e “inclui”.

A necessidade de afirmar que a missão é integral significa que, na prática, ela não é concebida como tal. Em princípio, o evangelho não precisa dessa expressão. Ela só é utilizada por causa da “dureza do coração”, e em virtude de fatores como: nossas divisões ideológicas; nossas barreiras culturais. Precisamos ouvir o evangelho como um todo. Ele nos desafia e nos compromete a vivê-lo integralmente, não nos permitindo render-se a uma agenda da missão direcionada pelas exigências do mercado.

A afirmação de que a missão é integral serve também para nos lembrar que o envolvimento na missão passa pelo crivo do entendimento de que é amor que se encarna, que se compadece, que toma a iniciativa da aproximação na perspectiva da graça. Nesse sentido, o outro passa a ser o próximo porque alguém se aproximou dele e assumiu a sua condição de sofredor, sem pedir nada em troca (Lucas 10.25-37).  Para tanto, temos que estar dispostos a escutar as vozes do mundo amado por Deus, pelo qual, enviou seu Filho. Isso é muito significativo, uma vez que vivemos num contexto brasileiro onde ecoam vozes de dor, sofrimento, opressão, injustiça e falta de solidariedade, expressas de maneira tão dramática nos lábios e nos corações dos proscritos e no grito de socorro dos excluídos.

O conceito de missio Dei também surgiu nas últimas décadas para auxiliar a compreensão da igreja “em missão”2. Os dois discursos acerca da “missão integral” e da missio Dei surtem efeitos ligeiramente distintos, mas complementares. O primeiro ajuda a igreja a contemplar quais ministérios ou dimensões faltam na sua ação missionária para que então reflita “todo o conselho de Deus”. O último, ao separar didaticamente a missão da igreja da missão de Deus, ajuda a igreja a desconstruir e desmistificar os seus projetos, estratégias e metodologias missionários e perguntar-se novamente como pode adequar a sua missão de tal forma que exerça melhor o papel que Deus deseja para ela. Em ambos os casos, a igreja procura questionar, ampliando ou até eliminando aspectos da sua prática no mundo e na história em que Deus a inseriu. Em ambos os casos, a intenção maior não é de sacralizar a compreensão e empenho atual da igreja, mas, sim, de ousar radicalizá-los para ser sal mais salgado e luz mais brilhante.

“Missão” é projeto de Deus. É Ele quem toma a iniciativa de salvar o mundo manchado pelo pecado, separado d’Ele, com o objetivo de estabelecer o seu reino neste mundo e sobre toda a sua criação. Faz parte da concepção de muitos que a missão é da Igreja, como se essa, num sentimento de posse, usasse a Deus para a salvação do mundo, quando, na verdade, a missão é de Deus, o qual concede à Igreja o privilégio de ser “parceira” na consecução desse projeto. Sendo assim, podemos afirmar que a missão de Deus tem uma Igreja, que segundo David Bosch, passa de remetente para remetida, por estar a serviço de alguém que é maior do que ela3. A missão de Deus cria e envia a Igreja ao mundo, visando a transformação e salvação deste mundo, a implantação definitiva de reino divino de amor, justiça, solidariedade e paz.

“Missão diz respeito às relações entre Deus e o mundo(…) Vocacionada, [a igreja] é coparticipante da própria ação de Deus no mundo, que visa salvar e libertar a humanidade. Sua tarefa como enviada é ver, ouvir, chamar, orientar, ajudar e tornar-se solidária como parte do testemunho daquela ação de Deus”4.

Para corrigir a concepção eclesiocêntrica da missão, é necessário avaliar o conceito da missio Dei (missão de Deus). Na missio Dei, o próprio Deus torna a Igreja um instrumento privilegiado de sua missão, mas não a razão da mesma. Moltmann afirmou que não é a Igreja que deve cumprir uma missão de salvação do mundo, mas é a missão do Filho e do Espírito Santo mediante o Pai que inclui a Igreja. Sendo assim, a Igreja não pode ser vista como fundamento da missão, nem como objetivo desta, mas como instrumento. De acordo com Moltmann, “a palavra final da Igreja não é a Igreja, mas a glória do Pai e do Filho no Espírito da liberdade.”5

Segundo David Bosch, a missão da igreja deverá ser o serviço à missio Dei, ou seja, representar Deus no mundo, e diante do mundo, e apontar tudo para Deus. A missão da igreja e a missio Dei só podem ser vistas juntas, como instrumentos de Deus, por meio dos quais ele avança em seus propósitos.

Deus não apenas envia e se torna enviado, mas ele é o próprio conteúdo do envio. Em cada uma das pessoas da Trindade, Deus age por inteiro. Nessa forma de atuação, Deus nos mostra como se faz missão.

Princípios para elaboração das notas para o texto bíblico

Na BME, o texto bíblico foi tratado dentro da perspectiva evangélica tradicional do cânon, sem desprezar as contribuições de estudos históricos críticos da composição e transmissão dos diversos textos que constituem as Escrituras. Estas últimas não são o enfoque dessa Bíblia de Estudo, mas são mencionadas quando necessário. Por exemplo, nas introduções para os Livros do Pentateuco, não há nenhuma menção de teorias acerca de escolas de javistas e de eloistas na composição ou compilação dos textos. Em vez disto, o enfoque está nos textos em si. Entretanto, quando se trata de outros textos, como por exemplo o Livro de Daniel, se faz necessário numa introdução ao livro e até mesmo nas notas menção das diversas teorias sobre a datação deste documento, justamente para constatar a variação de interpretação sobre os textos que estas teorias geram.

Portanto, as observações de cunho histórico-critico, que geralmente são menos consensuais, só são incluídas quando necessárias, mais para esclarecer as diversas opções de interpretação do texto bíblico e sua eventual significância missiológica. Doutra sorte, não fazemos uso destas observações que contemplam teorias de autoria, redação, e datação. Assim, A Bíblia Missionária de Estudo procura servir o mundo cristão brasileiro na sua multifacetada dimensão denominacional e teológica.

O que incluir nas notas missiológicas?

Os critérios adotados para escrever as notas são estes:

  1. Definição de missão: Trata de “missão” e “missões” no sentido mais amplo e geral de “envio por Deus para a realização duma tarefa“. Embora reconheçamos que a Bíblia caminha para uma compreensão mais específica a medida que se aproxima do Novo Testamento (e na elaboração das notas do Antigo Testamento apontamos para esta compreensão), ressaltamos nas notas a compreensão do livro da Bíblia que estamos expondo, por exemplo, “missão” em Gênesis como a declaração por Deus da bondade essencial da criação, da tarefa humana de guardar e cuidar dela, e da incumbência dada a Israel de “abençoar” todas as famílias da terra. Enfim, ao invés de partir de conceitos contemporâneos de “missão” ou “missões” e procurar as suas bases nas Escrituras, nos esforçamos a considerar significados emergentes dos livros bíblicos que estamos comentando. Este últimos podem tanto reforçar significados contemporâneos quanto criticá-los e desconstrui-los.
  2. Tratamento do texto: Focamos a significância missiológica do texto, e não de possíveis “fontes” do texto ou “contextos de composição”. Ou seja, não promovemos teorias críticas a respeito do surgimento ou redação eventual dos diversos textos bíblicos. Ao invés disto, trabalhamos a partir do pressuposto duma “meta história” que une os diversos textos, mesmo contada por meio de histórias específicas menores. Apenas queremos comentar o que o texto canônico diz, mas sem negligenciar ou minimizar as diferenças ou transições literárias. No caso de Gênesis 1 e 2, reparamos as ênfases diversas de conteúdo dum capítulo para o outro sem especular sobre as origens. Perspectivas históricas fazem perguntas de origem, enquanto perspectivas teológicas fazem perguntas de significado. Nosso procedimento é priorizar as perguntas teológicas. As perguntas históricas são incluídas somente na medida em que esclarecem o significado dos textos.
  3. Significado cristológico: Diferente de muitas “teologias bíblicas”, inclusive “teologias bíblicas de missão”, queremos ressaltar o grande pressuposto consensual de todos os autores do Novo Testamento: que as Escrituras, de modo geral, apontam para Jesus Cristo e que, especificamente, as promessas de Deus feitas ao seu povo, ao longo da sua história, se cumprem em Jesus. Estranhamente, mesmo quando esta observação é reconhecida, é muito raro encontrar a sua exemplificação nos trabalhos de teologia bíblica, inclusive entre os escritores mais conservadores. Isto se deve em grande parte à preocupação de não querer “forçar a barra” na interpretação e assim privilegiar os significados dentro do seu contexto original, o que acaba excluindo interpretações cristológicas. Do ponto de vista histórico, parece um procedimento saudável (exegetas, por profissão, são essencialmente historiadores, e teólogos bíblicos geralmente são formados dentro do campo da exegese). Entretanto, do ponto de vista teológico cristão, acabamos traindo nossa própria causa ao excluir a reflexão cristológica. Nossa tarefa como comentaristas missiológicos de livros específicos é perguntar se o texto esclarece ou contribui para nossa compreensão da missão de Deus e, por consequência, a missão do seu povo. Como cristãos, e partindo do mesmo pressuposto dos escritores do Novo Testamento, queremos também perguntar se e de que forma um texto, na “meta-história”, caminha em direção à revelação e cumprimento da missão de Deus em Jesus. A questão da dimensão cristológica da interpretação talvez seja o mais difícil para os escritores, pelos poucos modelos que temos.
  4. Diversas dimensões da definição: O envio por Deus do povo de Deus, como definição preliminar de “missão”, inclui a atenção às mais diversas dimensões da atividade missionária:
    • a vida do missionário: a formação do povo missionário com Deus, o compromisso, o culto, a vocação, o preparo…
    • os alvos missionários: os povos, a criação toda, a justiça, a redenção, o louvor e a glória a Deus…
    • a estratégia missionária: como o povo de Deus desempenha a sua tarefa (o testemunho pessoal, a vida regida pelos valores da justiça…), a liderança missionária, metodologias (o imigrantes, evangelismo urbano, o estrangeiro de outra religião)…
    • a história missionária: estudos de caso, desempenhos positivo e negativo no passado…
    • a teologia missionária: a significância da sua tarefa dentro do plano de Deus para a sua criação, como se desdobra em direção à cruz e como se destina em direção ao fim.

COMO USAR A BME?

Esta Bíblia de Estudo traz consigo diversos recursos. O maior e principal, como em todas as Bíblias de Estudo, é o próprio texto bíblico. Tem o primeiro lugar de destaque nas páginas da Bíblia e no tamanho e cor das fontes. Todos estes destaques servem para lembrar o leitor que o texto bíblico é a Palavra de Deus. O resto é nossa tentativa humana de explicá-la, especialmente no que se refere ao plano de Deus para o mundo e a nossa participação neste plano. Você poderia protestar afirmando que basta ter a Palavra de Deus. Certamente concordaríamos e insistiríamos que o texto bíblico é Deus falando conosco de modo definitivo. Entretanto, seria muito ingênuo supor que se pode chegar à Bíblia “nua e crua”, isto é, sem nenhuma orientação ou explanação anterior. Isto simplesmente não acontece. Em algum momento ou em muitos momentos da vida, todos nós buscamos ajuda para entender melhor a Bíblia e uma boa Bíblia de Estudo serve justamente a este propósito. Mas quais recursos estão disponíveis na Bíblia Missionária de Estudo?

1. Notas bíblicas de rodapé
As notas no pé da página realçam três aspectos da passagem bíblica: a dimensão missionária, o significado do texto, e a dimensão cristológica.

  • A dimensão missionária. As notas são uma fonte rica de informações para esclarecer a missão de Deus e do seu povo na antiguidade e sugerir ações missionárias apropriadas hoje. As notas procuram tratar “missão” e “missões” no sentido mais amplo e geral de “envio por Deus para a realização duma tarefa“.
  • O significado do texto bíblico. A Bíblia Missionária de Estudo trabalha a partir do pressuposto duma história maior que une os diversos textos como um fio condutor, mesmo contada por meio de histórias específicas menores. Assim, ressalta as ênfases diversas de conteúdo dos textos bíblicos sem especular sobre as suas origens. As notas, portanto, focalizam mais a mensagem em si. O contexto histórico é incluído somente na medida que esclareça o significado dos textos.
  • A centralidade de Cristo. A Bíblia Missionária de Estudo ressalta o grande pressuposto consensual de todos os autores do Novo Testamento: que as Escrituras, de modo geral, apontam para Jesus Cristo e que especificamente as promessas de Deus feitas ao seu povo, ao longo da sua história, se cumprem em Jesus. A tarefa dos comentaristas de livros específicos é perguntar se o texto esclarece ou contribui para nossa compreensão da missão de Deus e, por consequência, a missão do seu povo. E partindo do mesmo pressuposto dos escritores do Novo Testamento, é importante também perguntar se e de que forma um texto, na “meta-história”, caminha em direção à revelação e cumprimento da missão de Deus em Jesus.

2. Notas técnicas de dois tipos: um tipo indica a citação de uma outra passagem bíblica dentro de um texto bíblico e o outro tipo indica variações de leitura e explicações linguísticas. Estas notas se encontram.

3. As introduções de cada livro da Bíblia
Elas são divididas em quatro partes: 1) uma introdução com informações gerais a respeito do livro como o contexto histórico, 2) o conteúdo do livro com os seus principais temas e ênfases, 3) a estrutura básica do texto, 4) a relação com outros livros da Bíblia, e finalmente, 5) a significância missionária deste livro da Bíblia.

4. Diversas reflexões temáticas sobre alguma dimensão missionária como: missão como evangelismo, missão e cultura, missão como adoração, missão como transformação social, a missão da Bíblia, missão e a tradução da Bíblia, missão no mundo urbano, missão contextualizada, missão transcultural, missão por relacionamentos, missão como o cuidado da criação, etc. São mais que 100 destas reflexões. Estas reflexões são localizadas, cada uma, na página dum texto bíblico apropriado.

5. O apêndice onde encontra-se um glossário missiológico e outros recursos como uma síntese histórica missionária, calendário com motivos de oração, frases missionárias, chave bíblica e outros documentos de relevância ao tema do projeto.

6. Os mapas bíblicos e contemporâneos
A maioria dos mapas bíblicos se encontra nas páginas das referidas passagens bíblicas, mas alguns deles, os mais gerais e de consulta mais frequente, se encontram no Apêndice. Os mapas em geral ressaltam o movimento do povo de Deus, isto é, de alguma forma, a sua missão. Junto ao Apêndice há inúmeros mapas, tabelas e gráficos com informações a respeito dos desafios contemporâneos da missão da igreja.

Esta é a Bíblia Missionária de Estudo. Desejamos que ela seja um auxílio para a aproximação e engajamento de cada leitor à magnífica missão de Deus.

 

Notas:
1. Os dicionários definem “integral” positivamente como “total”, “inteiro”, e “global” e negativamente como aquilo “que não sofreu qualquer diminuição ou restrição”. Cf. HOLANDA FERREIRA, Aurélio Buarque de. Dicionário Aurélio Eletrônico Século XXI. Versão 3.0. Lexikon Informática Ltda, 1999; e HOUAISS, Antônio, VILLAR, Mauro de Salles, e DE MELLO FRANCO, Francisco Manuel. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Versão 1.0. Editora Objetiva Ltda, 2001.

2. Diversos livros recentes ajudam a fomentar a reflexão acerca do conceito, missio Dei, notoriamente: BOSCH, David J. Missão transformadora. Mudanças de paradigmas na teologia de missão. São Leopoldo: Sinodal, 2002.

3. Ibid, 444.

4. Citado por GEORGE, Sherron Kay. “Um Novo Paradigma da Missão para o Século 21. Em Simpósio, vol. 10 (2) ano XXXVII, nº 46, novembro de 2004, p. 17.

5. Citado por BOSCH, op cit., 453.

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