Mas o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade,  a humildade e o domínio próprio. — Gálatas 5.22-23 (NTLH)

Recentemente fiz um estudo sobre o fruto do Espírito de Gálatas 5. Não esperava grandes surprezas, pois é uma passagem bastante batida. Entretanto, a observação do fruto ser singular e não plural (“fruto” e não “frutos”) em Gálatas 5 enquanto os dons do Espírito (Rm 12.6-8; 1Co 12.8-11) serem plural começou a me intrigar. A observação habitual se segue: a palavra “dons” está no plural porque nem todo cristão possue todos os dons. Eles pertencem na sua totalidade ao corpo de Cristo todo, a igreja, enquanto o “fruto” do Espírito deve se manifestar, sim, em todos os discípulos de Cristo. Até então, tudo bem Sem novidades…

Foi neste momento que eu queria aprofundar mais. Por que o fruto singular do Espírito Santo é expressado em termos de uma pluralidade de nove virtudes? Ocorreu-me o seguinte… As nove virtudes são formadas de três tríades: primeiro: o amor, a alegria e a paz; depois são a paciência, a delicadez e a bondade; e por fim, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio. Há muito que se pode dizer a respeito de cada uma destas virtudes e geralmente os estudos sobre o fruto do Espírito focam justamente os significados de cada uma. Certamente isto vale a pena, mas por enquanto, prefiro chamar a atenção para a relação entre estas virtudes.

Para isto, podemos organizar as tríades uma dentro da outra, sendo que a tríade central é o amor, a alegria e a paz. Destes três, Paulo já afirmou poucos versículos antes que o amor é o fundamento de todos (Gl 5.14). O amor seria a expressão mais profundo do fruto do Espírito por meio do coração, enquanto a alegria seria a expressão corporal deste amor que por sua vez promove a paz de mente. Ou seja, parece-me que cada tríade expressa em três lados da nossa existência (coração, mente e corpo) e isto em diversos níveis. Por exemplo, para expressar a segunda tríade (a paciência, a delicadeza e a bondade) é preciso haver antes o amor, a alegria e a paz. Ofereço a figura abaixo a título de esclarecimento:

O fruto do EspíritoPara ilustrar o que estou sugerindo, consideremos um lado do triângulo, digamos o lado da “mente”. Para expressar a humildade autêntica, e não a fingida, é preciso antes a delicadeza ou, na versão Revista e Atualizada, a benignidade. E esta, por sua vez, necessita antes, um espírito ou mente de paz.

Agora, experimente aplicar o mesmo raciocínio aos outros dois lados do triângulo.

Talvez não convenha forçar demais a analogia, mas espero que esta reflexão ilustre pelo menos uma maneira que as nove dimensões do único fruto do Espírito são interligadas.

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