Discipulado radical: como esperamos?
Semana 74: Lucas 21.5-6
Algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas. Então Jesus disse: — Chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra. (21.5-6)
Na reflexão passada vimos que Jesus desafia os seus discípulos (estes ficam explícitos em Mateus) a respeito da urgência da hora em que uma nova época estava eclodindo. Quais as implicações? Primeiro, na última reflexão reparamos que devemos nos dispor a dar tudo pela causa, sem meio termos. E isto, seguindo o exemplo da viuva pobre que dava a última tostão.
Depois da passagem acerca da viuva pobre aparecem as palavras acima acerca do templo, o lugar sagrado de culto e sacrifício a Deus. Os judeus, como nós hoje, devem ter ficado orgulhosos do seu templo que Herodes havia, há pouco, reformado. Mesmo que não brilhava como nos dias de Salomão, era uma construção magnífica. E Jesus, como costuma fazer, espantou os seus ouvintes com as palavras acima. O templo será destruído? O lugar sagrado onde Deus próprio habitava? “Como isto é possível?” diziam os seguidores de Jesus. Afinal a destruição do templo é imaginável, sim. Já aconteceu antes. Mas é algo extraordinário e até mesmo cataclísmico. É coisa do “fim dos tempos”…
Então Jesus respondeu mais ou menos assim:
Sim, é cataclísmico, coisa do “fim dos tempos” mas nem por isto vai deixar de acontecer. Mas não se angustiem, o mundo pode se desmoronar ao seu redor (guerras, falsos profetas, etc.). Mas estas coisas sempre ocorreram e sempre ocorrerão. E não só isto de modo geral, mas especificamente vocês vão passar por muito aperto, e isto, ao longo dos anos, mas nada disto deverá detê-los de mostrar ao mundo a transformação que tenho realizado entre vocês. Aliás, são justamente as imensas dificuldades que provém as maiores oportunidades de vocês serem meus bons embaixadores. Por isto é tão importante que fiquem firmes no meio das tempestades.
E logo, todo Jerusalém vai cair cativo aos não judeus. E vai ser coisa sangrenta. Mas ainda fiquem firmes. Pois eventualmente a figura gloriosa que fica ao lado de Deus no Livro de Daniel, o Filho do Homem, ele virá e resolverá tudo. Agora, enquanto isto não acontece, precisam ficar firmes.
Por que tanta ênfase na firmeza? Porque Jesus sabia bem que a a caminhada na fé não é uma caminhada tranquila, mas é uma caminhada cheia de pedras. E as pedras queremos “amarrar em nome de Jesus” mas não é assim que o discipulado funciona. A vida ressurreta e gloriosa só alcança quem se disponha a passar pela crucificação, e isto, vez após outra. O próprio Jesus, logo depois de ser abençoado do alto, pelo próprio Deus, com a afirmação no seu batismo, “Tu és o meu Filho Amado”, logo em seguida foi levado pelo Espírito Santo (!) para o deserto para ser tentado pelo diabo (Lc 3). E ele não disse, “está amarrado”. Não, ele enfrentou a dificuldade com coragem e resolução, permanecendo firme, inclusive diante da tentação de só viver a vida gloriosa.
Podemos fazer melhor? Merecemos mais que Jesus?
Santo Espírito do Pai. Conserve-nos no seu amor e nos capacita com fé, coragem de sermos bons testemunhos de Ti, independentemente das circunstâncias. Em nome de Jesus. Amém.