Semana 49: Lucas 13.1-5

Naquela mesma ocasião algumas pessoas chegaram e começaram a comentar com Jesus como Pilatos havia mandado matar vários galileus, no momento em que eles ofereciam sacrifícios a Deus. Então Jesus disse: — Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que os outros galileus? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram. E lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.

Versículo 1: Um Massacre.

Em Lucas 12.54 sabemos que Jesus estava falando com o povo. Em 13.1 algumas das pessoas que estavam presentes chegam a Jesus para falar dos horrores cometidos por Pilatos, o rei dos judeus e fantoche do império romano na Palestina. Não sabemos quem eram as pessoas que relataram o incidente da torre. E não somos informados a respeito da sua intenção. Mas a resposta de Jesus nos indica que elas entendiam que aqueles galileus morreram em consequência de algum pecado. Quem sofre e morre deste jeito, sofre e morre porque merece, e merece porque cometeu algum pecado (veja Pv 10.24-25). É o velho argumento do merecimento que Paulo teve que combater depois e que está conosco até hoje até mesmo na nossa igreja. “Faça o bem e Deus recompensará. Faça o mal e receberá castigo.” Logo, todo sofrimento é consequência de alguma maldade cometida.

Versículos 2-5: Uma tragédia:

E a resposta de Jesus foi corajosa e muito perspicaz. Fazendo um paralelo com outro desastre, também em Jerusalém, quando dezoito pessoas morriam quando uma torre caiu em cima delas, Jesus afirma que nem as vítimas de guerra e nem as vítimas de calamidades naturais morrem por causa de algum mal que cometeram. Semelhante ao caso do cego de nascença em João 9.1-3 e também contrariando a opinião popular, Jesus nega um relacionamento absoluto entre o pecado e o sofrimento. Muito além disto, Jesus inverte a acusação de pecado e a direciona para os seus ouvintes. Duas vezes (nos versículos 3 e 5) Jesus desafia: “se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.” Ou seja, o verdadeiro pecador é aquele que acusa os desgraçados de pecado. E assim Jesus nos proíbe de tirar conclusões precipitadas a respeito do sofrimento do outro.

Jesus queria que seus ouvintes atentassem para o mal nos seus próprios corações e não para o suposto mal das vítimas de atrocidades naturais ou políticas. Isto, porque os judeus acreditavam que a sua liberdade, a “vinda” de Deus, viria por força e por intervenção divina. Jesus deixou claro, como os profetas antes, que a “vinda” da Deus e a plena realização dos seus propósitos nas nossas vidas dependia antes do nosso retorno a ele. E este é o significado do arrependimento: o nosso retorno a Deus, e isto, para todo o povo de Deus.

Oração

Perdoa-nos, Pai, quando acusamos ou verbalmente ou no nosso coração outras pessoas de terem cometido pecado quando as desgraças as sobrevem. E derrame o seu amor sobre elas próprias. Em nome de Jesus. Amém.

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