Depois que acabou de falar com Jó, o SENHOR disse a Elifaz, da região de Temã: — Estou muito irado com você e com os seus dois amigos, pois vocês não falaram a verdade a meu respeito, como o meu servo Jó falou. Agora peguem sete touros e sete carneiros, levem a Jó e ofereçam como sacrifício em favor de vocês. O meu servo Jó orará por vocês, e eu aceitarei a sua oração e não os castigarei como merecem, embora vocês não tenham falado a verdade a meu respeito, como Jó falou. Então Elifaz, que era da região de Temã, Bildade, que era da região de Sua, e Zofar, que era da região de Naamá, foram e fizeram o que o SENHOR havia mandado, e ele aceitou a oração de Jó.

Reflexão

O perigo de falar (errado!) em nome de Deus. Este é o subtítulo que eu daria para a passagem acima. Não duvido que Elifaz e os outros dois amigos de Jó, Bildade e Zofar, eram bem-intencionados. Achavam que falavam as verdades de Deus. Achavam-se teologicamente corretos. Achavam que avaliaram corretamente a desgraça de Jó como consequência de algum pecado. E por isso, falavam, falavam e falavam. Dos 42 capítulos de Jó, estes três “amigos” gastaram 12 para dar os seus conselhos, e o outro sujeito, Eliú, gastou mais 6, um total de 18 capítulos. Mais de 43% do Livro de Jó são de conselhos grandemente furados, pelo menos de acordo com o testemunho de Deus em Jó 42.7. Quais lições podemos tirar disto? Sugiro algumas:

  1. Cuidado quando citamos Jó como bom conselho para os aflitos. 42% é conselho furado!
  2. Não é pelo volume de fala que “se ganha” um argumento. No Livro de Jó, quem menos falou foi Deus, esporadicamente nos primeiros 2 capítulos e no final, nos capítulos 38-42! Semelhantemente, não é porque se usa muita linguagem “religiosa” que se tem a razão. Se não souber discernir a situação do outro, é melhor ouvir muito e com muita simpatia do que falar logo e já julgando.
  3. Nós que somos “conselheiros”, ao dar o conselho errado e depois, saber disto, precisamos corrigir a situação, fazendo duas coisas importantes: primeiro, pedir desculpas devidamente para a pessoa que aconselhamos mal e segundo, pedindo que aquela pessoa ore a Deus pela sua misericórdia (veja a passagem de novo)!

Puxa! Esta terceira lição é difícil mesmo. Será que somos capazes?

Oração

Eterno, Pai. Graças de damos pela Tua misericórdia. Como somos presunçosos quando falamos de Ti para os outros. Tenha misericórdia de nós. Em nome de Jesus. Amém.

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