A história dos dois devedores
Texto baseado em S. Lucas 7:41-42
Por Jénerson Alves
Porque vivo satisfeito,
Eu me acordo cantando,
Sorrio quando me deito,
No tempo bom, estou bem,
No mau, tou do mesmo jeito.Não é que eu seja um sujeito
Que não passe por problemas,
Também padeço sequelas,
Também enfrento dilemas,
Porém a paz me liberta
Das mais terríveis algemas.
Sabe por que sou assim?
Eu irei lhe explicar.
Porém para fazer isso
Uma história eu vou contar
E o senhor vai me entender
Depois que me escutar.
Era uma vez dois senhores
Que deviam a um banqueiro.
A dívida de um dos tais
Era de meio milheiro,
Pra ele poder pagar
Era grande o desespero.
Que para quitar a dívida
E acabar todos seus danos,
Era preciso privar-se
De janta, de almoço e planos,
E juntar todo o salário
Durante quase dois anos.
Já do outro devedor
Era menor a quantia:
Devia cinquenta pratas,
Mas as pratas que devia
Não tinha como pagar,
E era grande a agonia.
O banqueiro, vendo tudo,
Com compaixão se dispôs,
Em vez de propor querela,
Misericórdia propôs:
Chamou os dois, perdoou,
Rasgou a dívida dos dois.
Mas o perdão que ele deu
Teve pesos desiguais,
O que devia cinquenta
Ficou feliz por demais,
Mas quem devia quinhentos
Alegrou-se muito mais!
Perdidos, os dois estavam,
Mas um ‘tava mais perdido…
Esta história para mim
Possui um grande sentido:
Quem é muito perdoado,
Fica mais agradecido.
Doutor, eu sou este homem!
Devia meio milheiro,
Mas não era nem de ouro,
De prata, nem de dinheiro…
Minha dívida era o pecado,
Que me punha em cativeiro!
Fui germe cambaleante
Que arrastava em lama fria,
Coração cheio de crime,
De paz a alma vazia,
E nem os olhos da cara
Pagavam o que eu devia.
Mas Jesus de Nazaré
Me ofereceu Seu perdão,
E com as Suas benditas
Palavras de salvação
Tirou um fardo de peso
Que eu tinha no coração.
É por isto que eu O amo,
E O sigo em Sua cruz.
Do Seu trono vem a glória
Que me protege e conduz.
E só quem andou no escuro
Conhece o valor da luz.
Ao entregar-se ao Calvário,
Jesus Cristo, o Salvador,
Se tornou ao mesmo tempo
A vítima e o vencedor,
Pois venceu a minha morte
E foi vítima da minha dor.
Ele, o Dono da Ciência,
Do Saber tem apogeu,
Morreu por todos, salvando
Pecadores como eu,
Por isso que agora eu vivo
Para Quem por mim morreu.
Já entendeu, seu doutor,
Por que me sinto tão bem?
Se o senhor se entregar
Ao Messias de Belém,
Vai ser feliz como eu sou,
Vai ser liberto também.
Quem recebe a luz de Cristo
Ouve um anjo bater palma,
Encontra água pro pote,
Pro aperreio encontra calma,
Alívio pro coração
E descanso para a alma.
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