Reafirmando convicções e esclarecendo conceitos
COBERTURA ESPECIAL CONGRESSO ALEF 2016
Por Phelipe M. Reis
O segundo dia do Congresso Alef 2016 para pastores e líderes, que começou na última quarta-feira (19) e vai até sábado (22), em Natal (RN), foi um momento para reafirmar convicções, esclarecer conceitos e fazer contrapontos.
Quais as marcas de uma igreja transformadora? Como a igreja local pode ser um local de acolhimento para os quem vivem à margem da sociedade? Por que a segmento evangélico cresce, mas não transforma a sociedade? Esses foram alguns dos questionamentos que pautaram o painel temático realizado na tarde de ontem (20), com a participação de René Padilla, Ricardo Agreste e Carlos Queiroz.
A igreja, o pobre e o rico
A respeito das marcas de uma igreja transformadora, Padilla listou alguns pontos, entre eles: a missão não é nossa, mas sim de Deus e compreende todas as dimensões da vida humana; a igreja não pode comunicar uma mensagem que não está vivendo; a igreja precisa eliminar o dualismo secular e sagrado; e a igreja precisa conhecer sua realidade. “A igreja não precisa de muito dinheiro para realizar a missão. O principal é conhecer a Deus, crescer como discípulo e entender que está sendo chamada para participar da missão, não só com palavras, mas pelo estilo de vida e boas obras”, destacou Padilla.
Carlos Queiroz explicou que quando a igreja está numa região de periferia, a própria comunidade é a igreja e, portanto, nem precisa fazer esforço para acolher os excluídos. Por outro lado, o pastor também mencionou o modelo de igreja shopping center, onde apenas algumas pessoas têm acesso e vão para consumir produtos religiosos: a pregação ou pregador. A respeito dessas igrejas, Queiroz destacou: “A igreja precisa abrir as portas aos pobres. O pobre tem um evangelho para nos oferecer, ele tem a cara da manjedoura”.
Ricardo Agreste, por sua vez, apontou os problemas que impedem a igreja de ser um agente de transformação na sociedade. Para ele, uma das principais causas é a pregação de um pseudo-evangelho, narcisista, consumista e individualista. Além disso, Agreste mencionou a falta de intencionalidade para alcançar pessoas estratégicas na sociedade. “Precisamos alcançar o pobre e perder o medo de alcançar o rico, para que a máquina da opressão seja desligada”, enfatizou.
O evangelho e a missão da igreja
Na parte da noite, René Padilla discorreu sobre a importância de a igreja compreender o que foi evangelho no tempo bíblico e o que ele é hoje. Para Padilla, este é o melhor caminho para a igreja entender a missão, pois ela existe para servir ao evangelho. O teólogo falou ainda sobre o papel dos profetas no Antigo Testamento e como Deus queria que Israel fosse um modelo de nação para o mundo. Com este pano de fundo, Padilla explicou como o reino de Deus foi manifesto na vida de Jesus Cristo. “A subversão de Jesus não era contra os romanos. Sua subversão era fazer a vontade de Deus”.
Finalizando a programação, o pastor Carlos Queiroz falou sobre as implicações do reino de Deus. “As virtudes do sermão do monte devem ser as marcas dos seguidores de Cristo para sinalizar o reino. No reino de Deus, o pobre vem com sua dignidade e o rico vem com sua insignificância. No reino de Deus, na verdade, não há rei e súditos, há amigos, pois é um reino que não trabalha com as categorias humanas”, concluiu.
Phelipe M. Reis é missionário, jornalista e trabalha no Portal Ultimato Online.
Leia também
Um chamado à ação
Antonia Leonora van der Meer
Excelente o artigo do Phelipe, conseguiu num artigo breve captar a essência das mensagens transmitidas, tão apropriadas para a realidade da maioria do povo Nordestino. Graças a Deus pelos preletores, homens de Deus sábios e simples, com uma mensagem transformadora. Que surjam os frutos!