Norte e Nordeste abrigam maior parte dos pobres rurais do país
Elaborado com base no Censo Demográfico de 2010, o “Atlas da Extrema Pobreza no Norte e no Nordeste do Brasil em 2010” apresenta mais de 80 mapas que localizam onde estão os brasileiros mais vulneráveis do país.
O objetivo do Atlas é mapear a pobreza rural no Brasil, identificando, inclusive, os bolsões de extrema pobreza. A publicação tem como foco os estados do Norte e do Nordeste, onde vive a maioria dos pobres rurais.
O estudo considera as linhas oficiais de pobreza e extrema pobreza declaradas pelo Governo Federal. De acordo com essas linhas, famílias cuja renda domiciliar mensal per capita era de até 140 reais em 2010 estavam em situação de pobreza e aquelas cuja renda era de até 70 reais se encontravam em situação de extrema pobreza.
Segundo a pesquisa, o progresso da redução da pobreza no Brasil, apresentado a partir de 2004, estagnou. Entre 2012 e 2013, a extrema pobreza aumentou ligeiramente e a pobreza ficou estável. Esse dado indica que as duas forças principais por trás da redução da pobreza – o mercado de trabalho e as transferências para os pobres (Programa Bolsa Família) – são incapazes de manter o progresso da redução da pobreza.
O estudo aponta ainda que, apesar da redução da pobreza na última década no país, a desigualdade regional permanece acentuada, refletindo no fato de que o Norte e o Nordeste continuam a ser, de longe, as regiões mais pobres, segundo o IBGE.
O “Atlas da Extrema Pobreza no Norte e no Nordeste do Brasil em 2010” é um documento fruto da parceria entre o Centro Internacional de Políticas para Crescimento Inclusivo (IPC-IG) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA).
Definições de pobreza e extrema pobreza
Em 2003, o Governo Federal declarou que 50 e 100 reais seriam os critérios para a definição da extrema pobreza e da pobreza, respectivamente, a serem utilizadas pelo Programa Bolsa Família.
Em junho de 2011, com o Brasil sem miséria, as linhas de 50 e 100, que ajustados pela inflação passarem a ser, respectivamente, 70 e 140, foram definidas como linhas oficiais de extrema pobreza e de pobreza, por meio do Decreto Presidencial 7.492, de 2 de junho de 2011.
Clique aqui para baixar o “Atlas da Extrema Pobreza no Norte e no Nordeste do Brasil em 2010”.