O mistério do número “4”
Por Joyce Melo
Imagine a sua universidade sendo invadida por diversos números “4” em folhas A4, brancas e sem nada escrito que pudesse identificar o significado de tais panfletos. Imagine o número “4” exposto de diversas formas nos quadros de aviso, nos corredores, nas paredes, nas lanchonetes. Deixe que isso aconteça durante uma semana. Não permita que ninguém te veja colando os cartazes, mas se porventura descobrirem, diga que o mistério será solucionado no dia 04/04 – e espere calado juntamente com toda a sua equipe.
Calado para a curiosidade que cresce e contagia, que se espalha e sai dos fictícios muros da universidade, no entanto, ávido em conversar com Deus em oração, em preparar e treinar pessoas, em declarar ao Pai a dependência de seu Espírito Santo. Você verá, assim como nós vimos, diferentes teorias sendo erguidas no compasso de mentes jovens férteis e ansiosas por qualquer novidade: de chapas eleitorais a teorias “illuminatis”, de piadas internas a promoções no lanche completo da banquinha mais próxima, de lendas locais a especulações absurdas. Você verá grupos sendo criados no Facebook, no WhatsApp e em outras redes sociais online dispostos a promover o enigma. Verá fotos do número 4 no Instagram que não foram postadas pela sua equipe e terá a sensação de que a primeira parte do dever foi cumprida.
Então finalmente você irá, um pouco nervoso, talvez com vergonha de tantos olhares, amanhecer numa sexta-feira, dia 04/04/2014 e rememorar rapidamente o objetivo primordial do dia: vestir sua camisa amarelo-fosforescente, em letras pretas comunicando um grito que deseja ser ouvido – “Eu Sei o Que é o 4” – e sair com as 4 Leis Espirituais na mão e uma única ideia na cabeça: anunciar o Evangelho dentro de sua universidade.
Essa foi a ação promovida em Belém do Pará, em quatro importantes universidades, UFPA, UFRA, UEPA e UNAMA . O grupo que esteve responsável é chamado de Movimento Estudantil Alfa e Ômega e está presente em várias universidades no Brasil e do mundo como um dos ministérios pertencentes à Cruzada Estudantil e Profissional Para Cristo. É da Cruzada que provém o material que deu o pontapé para a ideia do evento, as “4 Leis Espirituais”, um pequeno folheto que expõe, em termos simples, o amor de Deus, o pecado do homem, a salvação somente por Cristo e a necessidade de arrependimento.
Por meio desses pontos, os universitários cristãos ativos no evento, cerca de 70 estudantes, durante os três turnos do dia, puderam dividir a sua fé e convidar outros a essa caminhada, afirmando, embora todos os olhares, a possibilidade de ser jovem, cristão, universitário e até cientista – como muitos ousam duvidar. Nesse dia, para alguns, bastou chegar à universidade de carro e pisar no bloco de aulas para ouvir a pergunta mais ouvida por nós: “O que é o 4?”. Para outros, bastou entrar no ônibus que comumente é frequentado por estudantes para se sentir numa cena de filme de suspense; mas para todos a sensação de andar pela universidade e ser abordado constantemente foi a mesma: experimentamos na pele o privilégio de compartilhar o plano de salvação de uma maneira extremamente aberta onde as próprias pessoas vinham até nós em busca de respostas.
Durante aquela semana demos a eles um enigma e recebemos a curiosidade em troca. Naquele dia, demos a eles uma solução inesperada e recebemos a surpresa estampada em seus rostos – concedemos conversas agradáveis sobre assuntos espirituais, espalhamos reflexões sobre a vida presente e o futuro aguardado; abrimos caminhos e plantamos sementes, fizemos a nossa parte. Alguns frutos foram logo vislumbrados. Por exemplo: em uma única sala do curso de física cerca de 10 alunos entregaram suas vidas a Cristo pelo mover do Espírito. Outros, nós mesmos nunca poderemos perceber.
Mas estamos certos do que recebemos nesse dia inesquecível: lágrimas nos olhos, corações abertos para a mensagem da cruz, sorrisos quase infantis e muitos cumprimentos pela eficácia do trabalho. Eles vieram dos mais diversos lugares, inesperados, talvez: de professores que elogiavam nas redes sociais, de descrentes que se tornavam amigos, de funcionários terceirizados que paravam o trabalho para sanar a curiosidade e de estudantes já cansados das desilusões religiosas.
Demos a única solução para os verdadeiros problemas do ser humano, seja ele quem for – seu status social, seu conhecimento ou sua situação financeira – ratificando nossa fé em meio a tantas relativizações seculares. Recebemos de Deus a alegria que transborda em nossos corações de poder ser parte da obra dEle naqueles lugares e a certeza de que não queremos parar. E assim vamos “até que todo estudante conheça alguém que verdadeiramente segue a Cristo”.
• Joyce Melo tem 21 anos e é estudante de Ciências Sociais com ênfase em Antropologia pela UFPA (Universidade Federal do Pará). Participa do Movimento Alfa e Ômega Belém há dois anos.
Veja algumas fotos da mobilização evangelística do Alfa e Ômega em Belém (PA):
Maryane Brito
“(…) Mas aquele que crê em Mim, obras maiores fará.” João 14.12
inoam carneiro Gonçalves
Parabéns queridos missionários por este lindo trabalho evangelístico que vcs estão fazendo!
Que Deus continue a ilumina-los e guia-los!
Querida sobrinha Aline! Vc é 1 anjo que Jesus deixou na terra para conduzir os filhos dEle que estão espalhados neste mundão, longe do aprisco dEle! Parabéns filha! Bjs no teu coração! Te amo…
Daniele Negrão
Sensacional esse texto Joyce, foi realmente tudo isso o que relataste o que se passou no dia 4, foi um dia e tanto. Glorifico a Deus por tudo o que se passou e por fazer parte desta obra, e que a cada dia essa chama venha crescer em nós para levarmos o evangelho em nossas universidades em todo tempo.