Cesário de Paula

Cesário de Paula

No terceiro dia de Congresso, as inúmeras igrejas e denominações foram desafiadas a terem uma visão mais objetiva do seu papel nas missões. O pastor da Igreja Assembleia de Deus em João Pessoa (PB), Eduardo Leandro, propôs alguns princípios que podem nortear a igreja de Cristo a ser mais relevante no mundo. O primeiro passo é ter líderes inspiradores e projetos executáveis. “Você precisa ter projetos de acordo com a renda de sua igreja local, e isto não é negar a fé, mas se trata de uma caminhada de amadurecimento”, explica.

Ele comenta ainda que um dos grandes problemas no campo missionário é a falta de unidade entre os missionários de culturas diferentes. “Não podemos nos ver como concorrentes ministeriais. A Bíblia diz que nenhum reino dividido pode prosperar”, declara.

Seguindo a programação, à tarde os participantes se dirigiram aos locais dos seminários e cursos. O seminário sobre “O Evangelho para o Sertão”, com Cesário de Paula, foi uma verdadeira aula de história e antropologia cultural nordestina. Segundo ele, é necessário enviar para o sertão nordestino pessoas com conhecimento em antropologia, fenomenologia e linguística.

Posteriormente foi o momento dos painéis, com os temas “Desafios de missões no mundo contemporâneo”, com Sam Solomon e Manuel Antônio; Educação Teológica e a Grande Comissão, com Fátima Monteiro, Cesário de Paula e Marcos César; “Perigos e Valor das Missões de curto prazo”, com Tonica van der Meer e Sérgio Ribeiro; e “Caminhos e Descaminhos no Movimento missionário mundial”, com Barbara Burns e Marcos Throup.

Eduardo Leandro, relator deste painel, respondeu que no contexto nordestino é necessário ter uma missão transformacional, a chamada “missão integral”, que cuida da alma, do intelecto, do corpo e oferece dignidade a todos os homens. “O Evangelho trabalha em todas as perspectivas do ser humano. Então ao meu ver, o evangelho no sertão, no Nordeste como um todo, precisa levar em consideração as próprias diferenças culturais e sociais da região”, declarou. Ele também comentou que a força do povo nordestino é capaz de gerar uma liderança capacitada para exercer o trabalho missionário com eficácia. “As igrejas mais fortes do Brasil têm suas raízes no Norte e no Nordeste brasileiro; eu acho que isso tem muito a dizer”, conclui.

À noite o pastor Henrique Terena contou seu testemunho e falou sobre a urgência da pregação e da necessidade das igrejas estarem abertas a novas estratégias. Houve também um momento marcante de oração pelos ciganos, quilombolas, sertanejos e indígenas presentes no Congresso.

Com a palavra, os participantes

“Desde a primeira edição, em Caruaru, o Congresso Nordestino tem sido um instrumento de renovação. Ele consegue reanimar, reavivar e restaurar a ação missionária. Esse movimento contribui, sem dúvida, para expansão do evangelho. Além disso, temos a oportunidade de conhecer novas pessoas, novos ministérios, somos edificados com os preletores convidados, cada um com seu estilo e sua mensagem providencial de Deus. Então é essa a contribuição que o congresso de missões tem trazido para minha vida e para a Banda Sal da Terra”.
Laércio Lins, um dos cantores e compositores da Banda Sal da Terra

“O Congresso esta sendo muito bom para mim porque é o primeiro contato aprofundado que tenho com missões, e isto tem aberto muito a minha cabeça para ver a missão mais detalhadamente. Tenho visto muita coisa sobre o cuidado missionário e a base bíblica da missão, e espero conseguir até abraçar algumas coisas que tenho visto como desafio pra gente como igreja local. Às vezes ficamos fechados demais e não conseguimos enxergar campos missionários, que muitas vezes estão do nosso lado”
André, integrante da 1ª Igreja Presbiteriana de Casa Caiada, em Olinda (PE)

 

____________________
Com informações de Lívia Lins, jornalista voluntária do Paralelo 10/Ultimato.

 

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *