A propósito do Dia Internacional da Mulher: Uma professora-mentora de muitos no Nordeste
O nosso Deus, o Senhor da seara, sempre tem dado presentes à sua Igreja, na forma de indivíduos a quem, em graça, ele usa. E ele ainda nos exorta a que façamos o seguinte: “Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra” (Rm 13.7). É neste espírito que queremos falar um pouco da drª Joyce Clayton, que muito tem contribuído para a igreja evangélica no Nordeste e em outros cantos do país por onde ela tem passado como missionária dedicada à educação teológica e à pregação da Palavra bendita.
Filha de fazendeiro da Irlanda, Joyce e seu amado esposo, Glenn Every-Clayton, vieram para o Brasil em um navio de cargas e desembarcaram no porto do Rio de Janeiro, no último dia de 1972. Ela bem se lembra dos fortes sentimentos e expectativas que teve durante os longos dias da travessia, que durou três semanas. E também lembra como as cartas da família demoraram semanas e mais semanas para chegar…
O trabalho de Joyce como missionária no Brasil começou em Anapólis, GO, onde o casal estudou português. Num subúrbio de Goiânia cuidaram de uma pequena congregação da Igreja Cristã Evangélica Central em Vila Redenção durante um ano super feliz. Depois passaram três anos em São Paulo. Então veio a surpresa total, o convite para ensinar no Seminário Teológico Congregacional de Recife. Foi surpresa porque sua missão, a União Evangélica Sul-americana (UESA) – hoje chamada Latin Link –, não tinha outros obreiros na região na época. Mas o casal aceitou o desafio, chegou ao Nordeste em 1979, e ainda está aqui!
Como membro da mesma missão, conheço a Joyce há uns 20 anos, e temos passado muitos bons momentos juntas. Além de receber dela conselhos pessoais importantes, tenho ouvido muitas histórias marcantes da sua caminhada… Haja história! Mas o que mais admiro nela é a forma como ela procura sempre viver o ensino bíblico de Tiago, capítulo 2, que nos exorta a que não façamos nenhuma acepção de pessoas. Digo isso, porque dá para ver que para ela tanto faz ensinar um grupo de mestrandos em Brasília, como um grupo de líderes leigos no alto sertão do Ceará. Os desafios também parecem ser iguais para ela – mesmo enfrentando longas viagens de ônibus e dando aulas em temperaturas de 40 graus e sem ar condicionado! Ensinar a todos com o mesmo fervor e entusiasmo é marca distinta da Joyce.
Com esta simplicidade e dedicação, muito ela já fez e continua fazendo: dá aulas, prega, profere palestras em conferências, e escreve textos para publicação. É uma lição também em como aproveitar bem o tempo. São horas gastas estudando, escrevendo, viajando, e ouvindo e aconselhando líderes, missionários e missionárias, casais e jovens que passam por momentos difíceis de crises e desafios ministeriais. Recentemente, eu mesma conheci uma destas, a missionária Rosilene da Silva Costa Figueiredo, que me falou do incentivo constante que recebeu da Joyce durante seus quatro anos de seminário, período nada fácil. “Joyce sempre exigia textos de qualidade, às vezes me mandava refazer capítulos inteiros”, relembra Rose. “Foi difícil, mas me ensinou tanto!”. Hoje missionária em Juazeiro da Bahia, a Rose lembra com gratidão a Deus o apoio pessoal que continuou recebendo da Joyce, mesmo depois do seminário, com acompanhamento, ajuda e encorajamento enquanto ela cursava faculdade em pedagogia e tomava conta dos campos missionários onde tem servido nos últimos 20 anos: “Ela sempre me liga e me apóia de forma prática”.
E esse é apenas um relato dos muitos que tantos nordestinos – em especial, mulheres envolvidas na obra do Senhor – poderiam dar, contando da inspiração e importância do ensino e cuidado pastoral de Joyce. Ela é mesmo uma preciosidade regional, e damos todo o louvor ao Senhor pelos sinais de Sua graça, por Sua ação, na vida dela!
Escrito por Alison M Worrall. Edição pela Jornalista Quézia Barbosa Queiroz S. Magri.
Joyce E. Winifred Every-Clayton, britânica, nascida na Irlanda do Norte, reside no Brasil com seu esposo, Glenn T. Every-Clayton, desde 1972. É missionária aposentada de Latin Link (antiga União Evangélica Sul-americana, UESA) Mora em Recife e ensina especialmente em cursos de pós-graduação na cidade e região. É formada em geografia, e também em teologia (Univ. de Londres), com mestrado e doutorado no Brasil, na área de história eclesiástica. Tem 7 livros publicados, 3 micro-histórias de igrejas evangélicas nordestinas, e 4 livros na área de Antigo Testamento, comentários sobre Rute e Ester publicados pelo Encontrão (Curitiba) e Fale, Mulher (volumes 1 e 2). Atualmente está preparando Fale, Mulher, volume 3. Aguarde!
Maria Teresa Gomes
É muito gratificante lê este artigo da professora
Joyce.
Há conheci em Viçosa no CEM e realmente o bom cheiro de Cristo é marcante na vida desta missionária que fez diferencia em minha vida e na vida daqueles que a conhecem.
Também li seus livros e vi a história no contexto das mulheres nordestino.
Deus lhe abençoe
Querida professora Joyce
Rosilene da Silva Costa de Figueiredo
Parabéns pelo texto sobre a Profª. Joyce, alguém que tenho muita admiração e respeito. Sei que Deus tem usado mulheres valiosas com a Profª. Joyce. Que Deus continue abençoando grandemente a sua vida.
José Mário
Fui aluno da professora Joyce em Recife (1990-1993) e sou muito grato a Deus pela sua vida e ministério.