Rubens Hornos ganha o diploma de “servo inútil”
Fui criado e batizado na Igreja Batista. Um dia vi o cartaz da APEC sobre a urgência de evangelizar crianças. Passando pela rodovia Raposo Tavares vi a maior unidade da antiga FEBEM (atual Fundação CASA). Resolvi ir até lá, levando um currículo da APEC. Após muitas dificuldades, as portas foram abertas para nós. De sábado a sábado íamos com carros cheios de voluntários para falar do amor de Deus através do evangelho de Cristo, até que finalmente conseguimos um ônibus, com o apoio do Pr. Benelizio Soares Coimbra, coordenador do DEIM. Havia na PIB duas moças recém-formadas do seminário, Suzanne Duppong (Suzy) e Helena Miriam que se juntaram ao ministério. Suzy era vocacionada para trabalhar com adolescentes infratores e a encaminhamos para a unidade do Tatuapé. Mais voluntários foram chegando e, com a necessidade de treinamento, foi criado um dicionário da linguagem de meninos de rua.
A Primeira Igreja Batista de São Paulo foi a primeira sede do JEAME. Começamos a fazer cultos de conscientização em outras igrejas, e passamos a ter reuniões e cultos regulares em unidades da FEBEM. O filme “A Cruz e o Punhal” foi exibido pelo menos 400 vezes. O trabalho alcançou também moças internas e passamos o trabalho de discipulado desses jovens para as igrejas locais. Muitos desses jovens hoje são pastores, líderes e profissionais.
Temos muitas histórias, como a de um recuperado que foi intimado a voltar para o tráfico. Ele não aceitou e sua mulher foi morta. Mais tarde, a Missionária Rosana do JEAME nos chamou para sermos padrinhos de seu casamento. Sabíamos que o noivo (Claudio Pita) era aquele moço, que quando nos viu, perguntou: “Era o senhor que passava filme na FEBEM para evangelizar?. Eu respondi que sim e ele disse: “Eu me converti em uma de suas pregações. Minha alegria era estar engajado no trabalho do JEAME e ver jovens aceitarem a Jesus.” (Hoje o Claudio Pitta está se formando em Direito, desenvolve um ministério independente chamado Lar Nefesh – Sopro de vida. Atendendo crianças vitimadas em seus próprios lares.).O JEAME permanece porque nasceu no coração de Deus, e seu foco será sempre a salvação de crianças e adolescentes em situação de risco! “O maior entre nós é o que serve”. Quero ganhar um diploma com o título: “Servo inútil”.
Diácono Rubens Jaime Hornos
Fundador do JEAME
Membro da Primeira Igreja Batista de São Paulo
Eliane Borges
Tá faltando mais gente assim na igreja.
Thalita Tavares
Que Deus abençoe estas pessoas que entendem que nossa missão não acaba dentro das quatro paredes dos templos. Tem muito a ser feito irmãos, vamos a luta!
Ricardo
Como filho, acompanhei tudo o que foi contado nesta reportagem. Pude ver meu pai visitando as unidades e por 15 anos, nunca faltou um sábado. É mesmo, por 15 anos seguidos. Só parou pois uma enfermidade o acamou e o debilitou por um longo período. Esta persistência mostrou para mim o quanto ele amava a obra do Senhor e que em nosso ministério não devemos poupar esforços. Pai sua vida foi um grande exemplo para mim. Saudades.
elsie
Ricardo, eu entendo a sua dor. Meu pai também foi assim, obstinado em seu desejo de servir ao nosso Deus nos lugares mais difíceis. Quando ele faleceu, eu gastei um bom tempo colecionando relatos e falas de pessoas de tantos lugares e situações diferentes que ele de alguma forma influenciou. Uma das coisas mais difíceis de aceitar numa perda como esta é o fato de que tantas lembranças, tantas formas de perceber a vida, tantas experiências ricas, se vão junto com a pessoa. Que bom que vamos nos re-encontrar um dia, não é?
Um abraço de sua irmã em Cristo que um dia também se sentiu órfã e ficou também orgulhosa do pai que Deus me deu e que Deus para si o tomou,
Elsie Gilbert
dulcinea
Precisariamos sair das quatro paredes das igrejas e arregaçar as mangas, visitando esses lugares dificeis, onde essas crianças crescem sem orientação, sem temor a Deus. Trabalho muito dificil, mas sempre há compensação, pois algumas almas hão de se salvar.