Os dados da realidade sobre a infância no Brasil (e no mundo), talvez sejam uma das mais tristes demonstrações dos efeitos da queda (Gn3) na humanidade.

É do conhecimento de todos os impactos na vida de crianças e adolescentes que convivem com fome, sofrem a violência em suas mais variadas formas, não tem vínculos familiares e comunitários, lhes negam o acesso à educação de qualidade e outros direitos previstos nas leis do país que afirmam que elas são “prioridade absoluta”. Elas também sofrem com tudo o que as impedem de conhecer o amor de Deus. Como tudo o que foi degradado pelo pecado, esta realidade não representa a vontade de Deus para as crianças.

Mas o que podemos imaginar como a vontade de Deus para elas? Que pistas a Bíblia, a palavra encarnada – Jesus – nos dão para sonharmos com uma realidade em que a vontade de Deus é feita e seu reino materializado?

Talvez os primeiros textos que lembramos, são os dos evangelhos, quando Jesus coloca uma criança no meio dos discípulos como exemplo daqueles que são mais importantes no seu reino, e afirma que eles deveriam ser como aquela criança (Mt 18.1-5). Em outra situação adultos, possivelmente os pais, levam suas crianças para que Jesus as abençoe, os discípulos, (parece-nos que não aprenderam a lição?) repreendem os pais. Jesus que é grande em misericórdia mas sabia da dureza dos corações, dá uma bronca nos discípulos. Há uma exortação bem séria ao coloca-las no centro daquela cena, afirmar que seu reino é formado por pessoas que se tornam como elas, e não devemos (nós adultos) atrapalhar que elas cheguem até Ele (Mt 19.13-15).

Mas temos outras pistas. Gosto da descrição que os profetas do Antigo Testamento fazem da Nova Jerusalém e as citações relacionadas às crianças.

Em Isaias 54.13, descrevendo a nova Jerusalém Deus afirma ao seu povo que “todos os seus filhos serão ensinados pelo Senhor, e grande será a paz de suas crianças. Quando adultos se deixam ensinar pelo que é a vontade de Deus, as crianças vivem em paz que aqui significa plenitude de vida, onde nada falta.

Ainda em Isaías 65.17-25, entre tantas promessas que serão realidade no novo céus e nova terra, encontramos que ali “não haverá choro, nem haverá crianças que vivam poucos dias”. A mortalidade infantil que ceifa tantas vidas precocemente, não faz parte dos planos de Deus para as crianças.

Em Zacarias 8.1-8, na Jerusalém que Deus vai morar, cidade fiel, monte santo, “as praças ficarão cheias de crianças brincando”. Não é lindo pensar que nosso Deus gosta de barulho de crianças brincando?

As crianças, tem um lugar especial no coração e nos planos de Deus, e isso deve ocupar o nosso coração e os nossos planos também.

É por isso que Deus chama seus filhos e filhas, que com muito amor cuidam de crianças nas comunidades vulneráveis do Brasil, garantem seus direitos como alimentação, educação, acesso a esporte, arte e cultura. Filhos e Filhas que testemunham cada dia, que Deus ama cada uma delas. Celebramos os 32 projetos sociais que fazem parte da FEPAS e oramos para que cada igreja tenha seu olhar atento às necessidades das crianças que estão em seu entorno.

É por isso que Deus chamou 7 mobilizadores, 130 voluntários e nossas igrejas em 7 cidades do nordeste, que juntos com a equipe do Projeto Fé Cidadã, estão comprometidas a buscar a justiça para as crianças através do uso correto de recursos públicos na implementação de políticas que assegurem a vida e os direitos de crianças e adolescentes.

O teólogo Dietrich Bonhoeffer afirmou que “O teste de moralidade de uma sociedade, é o que ela faz com suas crianças”.

Que nossa oração e a disposição do nosso coração, seja para que o reino de Deus venha para as crianças e adolescentes do nosso país. Usa-nos Senhor!

Para conhecer e apoiar os projetos socias das igrejas da CIBI/FEPAS, acesse www.fepas.org.br/apadrinhar

 

Escrito por Tania de Medeiros Wutzki

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