Olá! Falar sobre o dia dos pais é complicado para algumas pessoas. Nem todo mundo tem ou teve um pai exemplar. Uma situação desse tipo traz algumas dificuldades; entre elas o de entender o amor de Deus.

Em diversas passagens da Bíblia, Deus é retratado como Pai. O Senhor Jesus, por exemplo, usa a expressão Pai para nos dirigirmos a Deus que está nos céus (Mateus 6:9). É de se compreender que algumas crianças têm medo de Deus porque seu relacionamento com a figura paterna é problemática. A tendência da criança é transferir esse relacionamento para Deus.

Como pastor vocacionado para o trabalho juvenil, tenho visto essa dificuldade de perto. Não é raro encontrar crianças e até jovens chorando nas vésperas do Dia dos Pais. Como solucionar essa tensão?

Não pretendo expressar a solução para essa situação, mas gostaria de ao menos expor uma visão de Deus que pode confortar alguns corações. Não é possível fugir da imagem de Deus como Pai, mas é possível desenvolver uma “outra” compreensão sobre o significado de Deus Pai.

No livro de Levítico está escrito: “Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo” (Levítico 19:2). Palavras como essas são repetidas pelo apóstolo Pedro numa de suas cartas (1 Pedro 1:16). A palavra Santo, tanto usada por Moisés em Levítico como por Pedro é a chave para entendermos a questão paterna de Deus. Há vários significados para o termo “Santo”, mas é necessário relacionar esse conceito com a paternidade de Deus. De repente você está se perguntando o que uma coisa tem a ver com a outra.

Primeiramente, precisamos afirmar que Deus Pai é Santo. Ser santo significa ser separado. Deus é Santo porque ele é 100% puro e perfeito, separado de qualquer maldade e imperfeição. Ele é como um Pai, mas um Pai perfeito, melhor que qualquer outro que possamos encontrar nesse universo.

Ele é um Pai diferente de qualquer outro. Jamais nos agredirá, jamais nos abandonará, jamais falará algo que nos deixe desanimados. Pelo contrário, sempre estará disposto e pronto para nos abençoar. Se nos sentirmos indignos de estarmos na sua presença, Ele nos aceita como estamos. Deus não exige de nós qualquer tipo de aprovação. Não precisamos fazer isso ou aquilo para sermos aceitos por Deus.

É por isso que já ouvi algumas pessoas dizerem em suas orações “Pai Santo”, porque Deus é um Pai Santo, um Pai incomparável. Se pudermos somar as virtudes de todos os pais do mundo, o seu resultado será Deus.

No filme “À Procura da Felicidade”, há um diálogo entre o pai e o filho; e o pai diz o seguinte: “Filho, nunca deixe que ninguém impeça você de sonhar, nem se essa pessoa for o seu pai”. O personagem reconhece como um pai pode ser falho, a ponto de frustrar os sonhos de quem mais ama. Mas Deus jamais fará isso, pois é Santo.

Em véspera de Dia dos Pais, é possível que você leitor/a não tenha motivos para comemorar ou conheça alguém que se sente desconfortável nessa data. Que Deus possa estar confortando seu coração e revelando-se à sua vida. Agora, se seu pai é digno de homenagem, agradeça a Deus por isso. O poeta inglês George Herbert certa vez escreveu: “um pai vale mais do que uma centena de mestres-escola”. Tendo ou não motivos para comemorar, apegue-se ao verdadeiro Pai, que é o Deus Santo.

O Senhor te abençoe e te guarde! (Números 6.24)

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Jeferson D’Ávila é ex-tenente OD Corpo (Igreja) de Uruguaiana – RS

 

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