“Deus fez tudo formoso no seu devido tempo”. Ec 3.11

Alguns anos atrás, em uma instituição mental nos arredores de Boston, uma jovem garota chamada “Little Annie” vivia trancada no porão. Este era o único lugar, segundo os médicos, apropriado para os que eram irremediavelmente loucos. Não enxergavam nenhuma esperança para a pequena Annie, então eles a entregaram a uma morte viva numa gaiola que recebia pouca luz e ainda menos perspectiva de vida.

De muitas maneiras, a pequena Annie era como um animal. Em algumas ocasiões, ela tinha atacado violentamente a pessoa que entrara em sua gaiola.

Naquela época, uma enfermeira idosa, já prestes a se aposentar, sentiu que havia esperança para todos os filhos de Deus. Ela então começou a almoçar neste porão e a comer fora da gaiola da pequena Annie.

Ela sentia que devia, quem sabe, comunicar algum amor e esperança à menina. Um dia, a enfermeira trouxe alguns brownies para o porão e os deixou do lado de fora da gaiola. A pequena Annie não deu nenhum sinal de ter percebido os brownies, mas quando a enfermeira voltou no dia seguinte, eles tinham sumido. A partir de então, a enfermeira trazia brownies sempre que a visitava e elas conseguiram forjar uma amizade frágil, mas crescente. Os médicos da instituição começaram a notar uma mudança dramática em curso. Depois de um certo tempo, decidiram mudar a pequena Annie para o andar de cima.

Finalmente, chegou o dia em que o “caso sem esperança” foi informado de que ela poderia voltar para casa. Mas a pequena Annie não quis ir embora. Escolheu ficar para ajudar os outros. A história lembra da pequena Annie como a preceptora amorosa que cuidou, ensinou e nutriu Helen Keller*, pois o nome verdadeiro da pequena Annie é Anne Sullivan.

Deus vê a beleza dentro de todos os seus filhos, quando vemos apenas a aparência externa. Deus tinha um plano para crianças surdas e cegas, então ele enviou Anne Sullivan. Mas o verdadeiro herói desta história foi uma enfermeira sem nome que escolheu ver a beleza de Deus em uma criança esquecida e descartada.

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*Helen Keller (1880-1968) foi uma escritora, conferencista e ativista importante nos Estados Unidos pela sua luta pelas pessoas com deficiência. Ela foi a primeira pessoa cega e surda a conseguir terminar um curso universitário na história daquele país.

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