Por Liz Valente

Tenho acolhido o fato de que me foi concedida a experiência materna. Essa concessão partiu de mãos divinas e passou por mãos médicas e caiu nos meus braços como quem abraça um travesseiro de estimação. Eu não sei ainda compreender toda a profundidade desse fato, mas já entendi que ser mãe é uma coisa que se instalou na minha identidade. Quem é você? Sou…

Acompanhe meu raciocínio, quando tirei carteira de motorista obtive um certificado. Eu então pude dirigir perante a lei. Nada mais. Quem sou eu? Nem toco no assunto de dirigir ou não… Quando graduei em arquitetura foi uma etapa concluída, um valor agregado ao meu arsenal de habilitações. Mestrado, idem. E assim, títulos parecem estar num nível distante da profundidade que é uma identidade. Maternidade não. Nove meses; zero preparo; não tive que passar testes ou provas, apenas esperei e acompanhei a transformação um tanto alienígena do meu corpo sendo invadido por outro serzinho que além de sugar meu oxigênio nasceu com uma caneta permanente na mão e escreveu na minha testa “mãe”.

Quando faço o caminho inverso e concluo que jamais não serei mãe, encolho.

Quem sou eu?

A espiritualidade cristã, a qual me embrulha, também fala de identidade, e, para o meu espanto, ela começa com um nascimento. “Filha”. Deus, em sua eterna bondade, permite-nos renascer para que tenhamos uma marca permanente, ‘nascidos’. O nascimento é o momento em que passamos a ser o que não éramos. Uma semente germinando e rompendo chão. A partir dele somos costurados à trindade com um laço familiar e irreversível. A partir de então “quem sou?” muda.

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