Por Elsie Gilbert

 

A igreja em todas as suas expressões na sociedade deve manter uma cultura de bons tratos para com a criança. Por quê? Porque foi assim que Jesus agiu. Veja.

 

1. Jesus abençoa as crianças e declara incluí-las no seu reino.
Quando os discípulos mandaram as crianças embora, Jesus foi enérgico. Indignado, ordenou: Deixem, não as impeçam! Em seguida pegou-as no colo, impôs suas mãos sobre elas e as abençoou. E foi nesta ocasião que declarou que o reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas. Ele já tinha anunciado no Sermão do Monte que o seu reino era dos pobres, dos fracos, dos destituídos, dos que não eram considerados capazes. As crianças reuniam todas essas características. O reino era para elas! (Marcos 15.13-16; Mateus 19.13-15; Lucas 18.15-17.)

Projeto Novo Visão2. Jesus as apresenta como modelos para todos que desejam entrar no seu reino.
Na mesma ocasião em que Jesus abençoou as crianças, ele também disse “Quem não receber o reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele”. Como uma criança recebe o reino de Deus? Com confiança plena e como alguém que depende totalmente do favor gratuito de Deus. Como não dispensarmos bons tratos àquelas que são bons modelos? (Marcos 15:13-16; Mateus 19.13-15; Lucas 18.15-17.)

3. Jesus apresenta as crianças como modelos de grandeza no reino de Deus.
Quem seria o maior no reino dos céus? Para resolver a disputa entre os discípulos Jesus colocou uma criança no meio dos deles e disse “quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no reino dos céus”. É possível que esta fala tenha sido dirigida especialmente ao “grande”, que por conta da posição de destaque que ocupa na sociedade corre o risco de pensar muito de si mesmo em detrimento dos outros. A humildade do grande consiste justamente em que ele desça de sua posição no seu serviço ao pequeno. E isto deve ser feito justamente porque Jesus, sendo grande, serviu. Portanto, ninguém pode esperar ser grande no reino de Deus sem acolher as crianças. Pelo contrário, haverá julgamento para os que as maltratarem. (Mateus 18.1-6.)

4. Jesus dá significado máximo à dedicação e ao serviço dos cristãos em favor das crianças.
Ao afirmar que quem recebe uma criança, o recebe e, portanto, recebe ao Pai que o enviou, ele está dizendo que quando você recebe a uma criança, você recebe a Deus! O gesto de Jesus foi muito claro. Junto com a palavra “recebe” ele pegou a criança nos braços. “Receber”, dechomai no grego, refere-se ao serviço prestado a um hóspede. Ou seja, para ser o maior no reino de Deus, era preciso servir as criancinhas. Como as crianças ocupavam o nível social mais baixo, o que ele estava ensinando era que o serviço mais humilde, ou menos valorizado, que era o cuidado com as criancinhas, este era o maior no reino de Deus. Como não valorizarmos em nossas comunidades de fé aqueles que servem às crianças e estimular outros a fazê-lo? (Marcos 9.33-37; Mateus 18.1-2,4-5; Lucas 9.46-48.)

5. Jesus elogia o louvor que vem das crianças ao aprovar a atitude das crianças de aclamá-lo como Filho de Davi.
Isso aconteceu logo depois de ele ter purificado o templo na semana anterior à sua crucifi cação. Diante da consternação dos líderes religiosos ele responde: “Sim, vocês nunca leram? ‘Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos suscitaste perfeito louvor’?” Nos evangelhos, as crianças não são ignorantes e incapazes no que diz respeito à espiritualidade. Elas aclamam o Filho de Davi, elas conhecem a identidade verdadeira de Jesus. Elas o reconhecem porque Deus as preparou para este conhecimento. O que Jesus nos ensina é que as crianças que “nada sabem” podem ser justamente as que “conhecem segredos divinos” ocultos aos sábios deste mundo. Como não dispensarmos bons tratos para com as crianças ao mesmo tempo em que nos inspiramos nelas? (Mateus 21.16.)

Amamos a Jesus? Sigamos então o seu exemplo. (E.G.)

Artigo baseado em texto de Judith M. Gundry – VOLF: “The Least and the Greatest: Children in New Testament”, do livro The Child in Christian Tought

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Publicado originalmente na revista Mãos Dadas, edição 24, em março de 2010.

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