Adolescente descobre o valor do tempo em visita ao Rio de Janeiro
Veja abaixo depoimento da Flávia, 17 anos, adolescente da Rebusca que conta o que aprendeu na visita que fez ao Morro do Alemão, ao Pão de Açúcar e ao evento Copa de Rua no final de março deste ano.
A minha primeira viagem ao Rio de Janeiro me ensinou que, nem tudo o que ouvimos, e que nos é relatado pela televisão, sobre as favelas é verdade como, tiroteios, roubos, brigas e semi guerras. Por isso nós queríamos que os próprios moradores nos dissessem como é a vida por lá, para não julgar o que desconhecemos, e fomos recebidos de braços abertos, assim como o próprio Cristo Redentor.
Procuramos saber dos moradores da comunidade do Alemão, que encontramos pela viagem ao bondinho, situado no morro, como era viver ali. Fomos recebidos com o maior respeito e simpatia, pelos trabalhadores do bondinho com quem conversamos, que nos contaram como sofrem muito preconceito, devido ao local onde vivem, o que muitas vezes prejudica aqueles que ganham seu dinheiro dignamente. Estes são descriminados por morar na favela e apensar do que a mídia mostra, são pessoas de bom caráter e grande humildade.
Ao esclarecermos algumas dúvidas em relação a favela, fomos conhecer um outro lugar, totalmente diferente da realidade que encontramos anteriormente; o Pão de Açúcar onde encontramos pessoas de condições financeiras diferentes, ricas, opostas àquelas com as quais deparamos na favela. Os principais frequentadores do Pão de Açúcar são os turistas, e isso se deve ao alto custo financeiro deste entretenimento, o que faz com que muitos cariocas não o visitem.
No dia seguinte fomos à “Street Child World Cup” (Copa de Crianças de Rua) onde se encontravam várias crianças, moradoras de rua, de diferentes nacionalidades. A abertura dos jogos foi emocionante pois homenagearam o capitão do time do Brasil que foi assassinado três semanas antes da Copa. Não posso deixar de falar que os times do Brasil, o masculino e o feminino, foram muito bem colocados. O time masculino chegou às quartas de final, e o time feminino foi campeão da Copa de Rua. Durante o dia aconteciam jogos, e durante a noite eram oferecidas oficinas, brincadeiras, e músicas.
No último dia de nossa viagem fomos conhecer o programa de Monitoramento Jovem de Politicas Publicas (MJPOP) que nos ensinou sobre como conseguir suprir as necessidades das pessoas, para isso precisamos de 5 coisas essenciais, que são os princípios do MJPOP:
- Ter voz. Isso não é apenas gritar ou querer falar mais alto que o outro, neste caso, ter voz é conseguir falar com a comunidade de igual para igual, como a um amigo ou família, com o máximo de pessoas possível. É apontar um problema ou uma necessidade e “martelar” nas cabeças das pessoas para que elas não só “achem” que algo está errado, mas percebam e reajam.
- Dialogar. O diálogo é muito importante, pois torna as coisas mais fáceis. Precisamos antes de por a mão na massa, procurar meios que nos ajudem a resolver os problemas existentes.
- Informação. Com a informação podemos descobrir as verdadeiras necessidades da comunidade.
- Depois de levantadas as informações é preciso agir, mudar a nossa realidade, fazer a diferença. Mostrar que não servimos apenas nas épocas de eleições. E que não é apenas nestas épocas que buscamos fazer melhorias para o nosso lugar onde vivemos.
- E por último, não menos importante, é a prestação de contas, é através dela que toda a comunidade vai se manter informada sobre o andamento dos processos reivindicados.
Para mim esta viagem me fez mudar alguns conceitos, como o valor que dou para o tempo é a principal. No Rio de Janeiro eu percebi que as pessoas não têm tempo para coisa alguma. Outra coisa que aprendi é que tudo o que temos é valioso, não importa se é uma pedrinha ou alguma joia, tudo tem o seu valor. Aprendi que o lugar onde moramos, seja grande ou pequeno, amontoado, como nas favelas ou em um condomínio de luxo, se é bem conceituado ou desprezado, este será sempre o melhor lugar para você. Aprendi que ter dinheiro nem sempre é essencial para a felicidade, um amigo é muito mais valioso e a união é o mais importante!
Veja mais sobre a viagem (aqui!)
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Flávia Calazans, tem 17 anos e estuda na Escola Estadual Dr. Raimundo Alves Torres (ESEDRAT)
Guiomar Soares Ferreira
OS ADOLESCENTES SEMPRE ACHAM QUE PODEM SE VIRAR POR SI PRÓPRIO E RESOLVEM A TOMAR UMA DECISÃO PRECIPITADA, ALGUNS SE DÃO BEM MAS OUTROS SOFREM POR NÃO ESTAR ACOSTUMADOS COM A VIDA PESADA DA CIDADE GRANDE, E MESMO ASSIM ELES ENFRENTAM CAINDO E LEVANTANDO ATÉ QUE SUAS VIDAS COMEÇAM A TOMAR UM RUMO CERTO, A DIREÇÃO CERTA. mAS NEM TODOS TEM A MESMA SORTE DOS OUTROS, E PRECIPITA MUITO MAIS E AI VÃO PELO CAMINHO ERRADO UN CAMINHO QUE NÃO PERTENSE A ELE.
elsie
Querida Guiomar a Rede Mãos Dadas agradece o seu contato.
Realmente os adolescentes de hoje enfrentam um caminho de escolhas difíceis, que hoje o caminho escolhido por eles, muitas vezes irá acompanha-lo por toda a vida.
A nossa missão como adultos é tentar ser o melhor espelho para eles e tentar orientá-los para que essa escolha seja o melhor caminho.
Um forte abraço de toda a nossa equipe.