“A criança não pode estar livre se sua mãe não estiver livre” Manal al-Sharif

Manal al-Sharil, "A criança não pode estar livre se sua mãe não for livre"

Manal al-Sharif, “A criança não pode estar livre se sua mãe não for livre”

Manal al-Sharif se destacou em 2011 por um ato de desobediência civil. Ela resolveu dirigir. Isto mesmo, dirigir seu carro nas ruas de uma grande cidade da Arábia Saudita! Foi presa por este delito e libertada após 9 dias de muitos protestos internacionais contra a violação de seus direitos humanos.

Manal faz parte de uma geração de mulheres cujos direitos foram violados muito cedo. Até os 21 anos ela não ouvia música, não podia desenhar pessoas nem animais (apesar de ter uma forte tendência para a arte), cobria-se dos pés à cabeça, usava a entrada destinada às mulheres para ir e vir de sua casa,  e tinha vergonha de ser mulher. Considerava Osama Bin Laden um herói até ver o resultado do ato terrorista perpetrado pela Al Queda contra as torres gêmeas em Nova York. Em outras palavras, Manal al-Sharif era uma jovem muçulmana extremista. Um dia sua forma de pensar mudou, e mudou tanto que ela se tornou uma das fundadoras de um movimento conhecido como a Primavera Feminina. O movimento tem o objetivo de lutar pela cidadania plena para todas as mulheres do mundo árabe. Segundo ela, o grande divisor de águas foi a internet (que a colocou em contato com o mundo externo) e a Primavera Árabe.

Quantas mulheres no Brasil poderiam se inspirar no exemplo de Manal? Segundo dados do “Mapa da Violência 2012 – Atualização Homicídio de Mulheres”,  4.465 mulheres foram assassinadas em 2010, um número que se repete todos os anos com forte tendência a crescimento. Entre 2000 a 2010 foram 43.624 homicídios. Destas mortes, 41% aconteceram dentro de suas próprias casas e os quatro métodos mais comuns foram armas de fogo, uso de um objeto cortante, uso de um objeto contundente e o estrangulamento.

Um outro estudo demonstra que 6 em cada 10 pessoas no Brasil conhecem uma mulher que foi vítima de violência doméstica . Nesta mesma pesquisa  apenas 15% dos homens entrevistados admitiram ter agredido alguma mulher. Destes, 38% alegaram ciúmes, 33% problemas com bebidas, enquanto 12% admitiram agressão sem qualquer motivo. De acordo com esta mesma pesquisa, 94% das pessoas entrevistadas sabem sobre a Lei Maria da Penha, mas apenas 13% conhecem de fato o seu conteúdo!

Em se tratando de atitude para mudança, talvez está aqui a nossa dica: tudo começa com a abertura para novas informações e ideias, uma tarefa que pode e deve ser encarada por todos nós.  (Veja sugestões de aprofundamento abaixo)

A criança não poder ser livre se sua mãe não estiver livre,

O marido não está livre se sua esposa não estiver livre,

Os pais não estarão livres enquanto suas filhas não estiverem livres,

A sociedade se torna um nada se as mulheres forem consideradas como nada!

Manal al-Sharif

Você que trabalha com as crianças mais vulneráveis do Brasil, você não acha que as palavras de Manal são relevantes  para nós aqui, em cada cidade, bairro, comunidade, povoado do Brasil? Trabalhar com as mães é preciso!

Veja o discurso de Manal aqui

Veja informações sobre violência contra mulheres aqui

Baixe cartilha para quem quer trabalhar com mulheres que sofrem violência doméstica aqui

Compre o livro “Até Quando?, um guia para líderes cristãos envolvidos em aconselhamento aqui.

 

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