Transcrevemos aqui um trecho do livro Passando aos filhos a tocha da fé, escrito por John M. Drescher. Ele sugere, com sabedoria e simplicidade, algumas ideias que os pais poderão por em prática, no dia-a-dia com seus filhos, para manter acesa e passar adiante a tocha da fé. 

 

Amarás , pois, o Senhor teu Deus de todo o  teu coração, de toda a tua alma, e de  toda a tua força. Estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração.
Dt 6:5-6

Como estava chovendo, as crianças brincavam na sala enquanto a mãe trabalhava na cozinha. Ela reparou que as crianças falavam cada vez mais alto. Foi até a sala e repreendeu-as por estarem brigando. Disse: “Assim, não! Não se pode viver brigando desse jeito!”.
Uma das crianças respondeu: ”Não estamos brigando, mãe. Só estamos brincando de mãe e pai”.
Uma criança percebe com facilidade as reações emocionais dos adultos. F. H. Richards escreve: “Sabemos que [a criança] … registra no subconsciente as astúcias, os hábitos e os maneirismos dos seus pais, numa idade em que parece impossível para uma criança prestar atenção ao que ocorre à sua volta”.
As crianças adquirem as primeiras noções sobre Deus através da maneira pela qual os pais interpretam a vida, e isto está diretamente relacionado com emoções e atitudes básicas. É esse o primeiro aspecto da fé religiosa. As maiores alegrias e as mais profundas tristezas da família são expressas nas reações dos adultos. As primeiras noções sobre Deus são aprendidas na família.
É na intimidade do lar que praticamos a fé cristã. O lar é a base da educação cristã e o laboratório do viver diário. A vida é interpretada pelas emoções e atitudes do pai para com a mãe e vice-versa; e depois para com os outros. Aquilo que é mais importante a criança percebe e sente em primeiro lugar. E será essa a sua primeira impressão da vida e a primeira chance de entender o seu significado.
A criança começa a captar nossas emoções e atitudes desde o seu nascimento, antes mesmo de entender as palavras. Muitos estudiosos da natureza humana acham que, até mesmo antes do seu nascimento, a criança reage aos sentimentos e às reações dos pais. Desde a sua concepção, a criança absorve impressões sobre a vida. E quando nasce, tem a oportunidade de adquirir conhecimento sobre os assuntos espirituais e sagrados, bem como respeito a vida, por Deus, pelas Escrituras, por outras pessoas e coisas materiais. As impressões são muito importantes na formação de uma criança.
Suponhamos que um pai fale sobre esportes com grande entusiasmo e compareça a eventos esportivos. Mas, se em contrapartida, não se interessar muito por coisas espirituais, tratar desse assunto muito  raramente e deixar de dar primazia ao que é espiritual, a criança perceberá as prioridades do pai.
Se a mãe gostar muito de fazer compras, mas não demonstrar o mesmo entusiasmo pela vida espiritual, a criança perceberá o que é mais importante. Tais atitudes e emoções exercem grande influência sobre ela. Um dia até podemos admirar-nos pelo fato de a criança mostrar tão pouco interesse pelas coisas espirituais, mas no esquecemos de que a base de sua fé religiosa é construída a partir de nossas emoções e atitudes. A criança está sempre observando-as para referência futura.
Os psicólogos dizem que o vínculo emocional, muito mais do que o ensino, que determina uma conduta boa ou má. Se o vínculo emocional for caloroso, cheio de amor e afeição, a criança desenvolverá uma boa conduta. Se ,porém, for frio e indiferente, a criança, não importa o quanto lhe tenham ensinado, poderá adotar uma atitude fraca diante da vida, e render-se com facilidade a uma forte pressão.
As crianças aprendem com muita facilidade. Aprendem em qualquer lugar e sempre. Aprendem a sentar, andar, correr, ficar em pé; aprendem até mesmo quando estão meio adormecidas. Absorvem também coisas sem importância, impressões e expressões ao seu redor através dos olhos, ouvidos, dedos, pés, pela imaginação e sensibilidade. Aprendem quando queremos e também quando não queremos que isso aconteça.
É como diz Ralph Heynen: “Não existe lugar que exerça uma influência maior do que o ambiente familiar. Os pais influenciam os filhos, quer queiram, quer não. Resta saber que tipo de herança será transmitida.
“Não é apenas uma questão de ensinamentos bons ou maus. Os pais influenciam os filhos também através do tom emocional criado no lar. Quando há muita tensão entre os pais, ou entre pais e filhos, é possível que os filhos venham a sentir-se infelizes durante toda a vida.
“Às vezes, tenho a impressão de que as pessoas acham que as bênçãos espirituais são transferidas de pais para filhos de um modo misterioso. Não é assim. Cada progenitor é um elo dessa transferência, que depende da influência, do senso de valores e do tom espiritual que é passado de uma geração para a outra.”
Por isso, os pais precisam cultivar seu relacionamento com Deus e viver na alegria do Senhor. Se ele se mantiverem em boa saúde espiritual e emocional, eles influenciarão os filhos para o bem. Assim, estes poderão crescer com o mesmo amor divino outorgado a seus pais.

 

Para pensar
  • Que exemplos ou ensinamentos da fé cristã seus filhos estão recebendo de você?
  • Você está conseguindo envolvê-los apaixonadamente na obra do Senhor?
  • A tocha da fé que você recebeu de alguém, e deve passar aos seus filhos, mantém-se acesa ou está apagada?
  • Você sabe quando e como passá-la às mãos deles?
  1. Amei essa publicação. Deve ser uma leitura feita e refletida com muita seriedade pelos pais. Estamos vivendo dias difíceis! Precisamos sim apresentar às nossas crianças as verdades de Deus, para que elas tenham experiências autênticas com o Senhor Jesus desde cedo, e se apaixonem pela obra do Senhor! Parabéns Mãos Dadas!!

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