Como integrar a missão com o mundo do trabalho?

Cinco reformas específicas para que a integração do testemunho cristão com o mundo do trabalho possa, efetivamente, ocorrer
Por Edson Munck Jr
Frente aos desafios para anunciar e demonstrar o Evangelho de Cristo hoje, a missão de Deus ocorre através do testemunho do Seu povo. Foi com essa premissa que o bispo filipino Efraim Tendero trouxe encorajamento para os participantes do 4° Congresso Lausanne sobre Evangelização Mundial, na manhã de terça-feira, 24 de setembro de 2024, em Seul-Incheon, na Coreia do Sul.
Tendero, com entusiasmo, atualizou a perspectiva do sacerdócio geral de todos os crentes, afirmando que cada cristão é um ministro, e cada local de trabalho é um ministério. Assim, no poder do Espírito Santo, os cristãos são chamados ao testemunho do Evangelho no contexto em que estão inseridos.
Há, contudo, algumas barreiras que, de acordo com o bispo filipino, precisam de reforma. De acordo com Tendero, é necessário realizar cinco reformas específicas para que a integração do testemunho cristão com o mundo do trabalho possa, efetivamente, ocorrer.
1) Reforma do domínio do ministério clerical para o ministério de todos os crentes.
A centralização do testemunho cristão na figura de um só líder tem sinalizado que esse modelo não é o caminho mais frutífero. O Novo Testamento é rico em exemplos de pessoas que, junto às suas funções ordinárias, tornaram-se dispenseiros do Evangelho. Priscila, Áquila, Lídia são alguns profissionais que não distinguiam sua ação profissional de sua vocação missionária (Atos 18:1-3; 16:14).
2) Reforma para promover o arrependimento do modelo centrado no “meu” para a submissão à autoridade de Cristo.
O cumprimento da Grande Comissão depende da obediência à voz de Jesus. Em meio ao fascínio do individualismo, é preciso romper com a perspectiva de uma vida autocentrada para uma vida rendida ao Reino de Deus.
3) Reforma do discipulado denominacional para o discipulado radical de Cristo.
É essencial que haja mais pessoas parecidas com Jesus para que o Evangelho seja anunciado. Ao discipular, é a imagem de Cristo que deve resplandecer. É somente nele em quem devemos estar alicerçados. Como sinaliza John Stott em seu livro “O Discípulo Radical”, Jesus nos chama para uma vida radicalmente fundada nele e direcionada por ele, para que todos o conheçam.
4) Reforma dos padrões de liderança para, intencionalmente, engajar as novas gerações.
Como fazer com que as novas gerações se envolvam e se comprometam com a causa do Evangelho? A pesquisa “A geração autêntica”, promovida pelo Instituto Barna, deixa evidentes os desafios e as oportunidades da Geração Z. Marcam esse grupo a autenticidade, a busca por coerência e o genuíno interesse por debater assuntos sociais. Sendo assim, à luz do Evangelho, criar estratégias para gerar relacionamentos saudáveis e encorajadores para as tarefas de liderança é algo urgente.
5) Reforma sobre a visão da presença de Cristo como mera segurança para também uma perspectiva de prestação de contas.
Somos um povo em missão dada por nosso Senhor. Ele, sim, prometeu que estaria conosco todos os dias, mas deixou uma ordem para, também todos os dias, ser por nós observada. Que temos feito com a oportunidade de cumprir a Grande Comissão que o Senhor Jesus nos demanda em nossa geração?
- Edson Munck Jr é professor, jornalista e escritor. Possui doutorado pelo PPCIR-UFJF e mestrado pelo PPG Estudos Literários UFJF. Mora em Juiz de Fora, MG.
Imagem: retirada do artigo Descobrindo o propósito missional de Deus para o trabalho.
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