Jesus foi um mestre extremamente talentoso e seu meio preferido e distinto de instrução foi a parábola. Basicamente, o termo parábola significa uma comparação ou analogia, na maioria das vezes em forma de narrativa dramática. A primeira função das parábolas de Jesus era ilustrar alguma verdade, especialmente com respeito ao caráter, aos valores e à vinda do reino de Deus. Em segundo lugar, elas tinham a intenção de levar seus ouvintes a algum tipo de decisão. E em terceiro, elas ocultavam a verdade e a revelavam ao mesmo tempo, uma vez que, “vendo, eles não veem e, ouvindo, não ouvem nem entendem” (Mt 13.13).

 

A parábola da semente

O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra. Noite e dia, estando ele dormindo ou acordado, a semente germina e cresce… por si própria (Marcos 4.26-28).

Se seguirmos a cronologia do Evangelho de Marcos, a parábola da semente que germina e cresce foi uma das primeiras. Naquele tempo o reino era extremamente pequeno e consistia apenas de algumas poucas pessoas que tinham ouvido Jesus pregar o evangelho e respondido à sua convocação. Essa parábola, portanto, tinha como objetivo tranquilizar seus seguidores e trazer-lhes encorajamento quando a disseminação do reino parecesse lenta.

Em alguns aspectos importantes, o reino cresce como crescem as plantas. Um agricultor espalha a semente e, no tempo devido, quando o grão amadurece, ele maneja sua foice e faz a sua colheita. Entre o tempo da semeadura e o da ceifa, no entanto, ele não faz praticamente nada. Se ele dormir ou se ficar acordado, não faz nenhuma diferença, pois, de uma forma ou de outra, a semente brota e cresce.

Como é na natureza, assim é no reino de Deus. O reino tem crescido através dos anos em proporções enormes, mas o seu princípio de crescimento permanece o mesmo.

Primeiro, o reino cresce irreprimivelmente. Ninguém pode deter seu desenvolvimento, pois uma força oculta está em atividade, fazendo “primeiro o talo, depois a espiga e, então, o grão cheio na espiga” (v. 28).

Segundo, o reino cresce imperceptivelmente. Não podemos observá-lo acontecendo. E ele continua crescendo a despeito de nossa observação.

Terceiro, o reino cresce espontaneamente. Não podemos contribuir para o seu processo oculto de crescimento. A terra produz os grãos “por si própria” (v. 28). A palavra grega é automaté. Não, é claro, que o processo seja literalmente automático, pois é por meio da operação secreta do Espírito Santo que o reino cresce. A obra é dele, não nossa.

Leitura recomendada: Marcos 4.26-29

Texto originalmente publicado em A Bíblia Toda, o Ano Todo.

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