Caros leitores,

segue um trecho muito claro e útil de Vern Poythress, matemático, teólogo e professor do Westminster nos EUA.

 

“Assim, quando encontramos discrepâncias entre a Bíblia e a ciência, precisamos descobrir aonde perdemos o fio da meada. Alguém, em algum lugar, interpretou mal as coisas – seja interpretando mal a Escritura, seja interpretando mal o mundo dos estudos científicos, seja interpretando mal os dois! A tarefa de lidar com discrepâncias pode não ser fácil, porque não sabemos antecipadamente onde os enganos entraram. Será que o engano aconteceu simplesmente por ignorarmos a contra-evidência, ou por ignorarmos leituras alternativas da evidência, ou simplesmente por uma deriva progressiva dentro de uma atmosfera naturalista na qual suposições materialistas excluiram a priori algumas alternativas?

Em alguma medida os mesmos problemas nos confrontam mesmo dentro de uma única área mais estreita de pesquisa. Na Bíblia, os ensinos de um versículo às vezes parecem contradizer os ensinos de outro. Esses casos merecem tratamento paciente e individual, porque nós não sabemos de cara o que deu errado em nossa compreensão. Da mesma forma, às vezes as teorias em ciência não se harmonizam completamente umas com as outras. Einstein percebeu que as equações de Maxwell para o eletromagnetismo não se harmonizavam com a mecânica Newtoniana. Seu exame dessa discrepância levou a uma revisão da teoria de Newton. Exatamente agora (2006) a teoria quântica de campos não se harmoniza com a relatividade geral, porque a teoria quântica de campos requer uma estrutura fixa de tempo e espaço, ao passo que a relatividade geral requer mudanças contínuas na estrutura do espaço e do tempo conforme são influenciados pela matéria e pela energia. Ninguém sabe exatamente como resolver a discrepância de um modo totalmente satisfatório. Mas os físicos não desistem de crer que as leis da física são auto-consistentes e harmoniosas em princípio.”

 

Vern Poythress, Redeeming Science: a God-Centered Approach. Crossway, 2006, p.43.