uma canção para patrício
Quando criança, Patrício via e ouvia seu pai ler as Escrituras Sagradas muitas vezes. Ele também ouvia seu pai orar e cantar louvores a Deus. Seu pai era um camponês e diácono da Igreja, e seu avô tinha sido um grande pregador. Mas Patrício ainda não tinha conhecido verdadeiramente a Deus.
Patrício sempre viveu muito próximo da natureza. Por ser um camponês, não teve a chance de estudar em um bom colégio nem conheceu a agitação da cidade grande. Ele amava as montanhas e mares do seu país, o país de Gales, os riachos, as estrelas, o vento forte, o povo simples, os muros de pedra e a leveza da música.
Quando Patrício tinha 16 anos de idade, sua vila foi invadida por piratas. Muitas pessoas foram mortas e muitas casas foram destruídas. Patrício foi raptado e levado como prisioneiro para terras estranhas.
Depois de longas caminhadas, com as mãos amarradas, e de uma longa viagem de navio, Patrício foi finalmente vendido como escravo na Irlanda para um homem chamado Milchu.
Assim ele viveu em terra estranha, no meio de um povo diferente e que vivia de um modo diferente. Durante seis anos, Patrício trabalhou como escravo, tomando conta de uma manada de porcos.
Vagando pelos campos, cuidando dos porcos, sentindo no rosto o vento, contemplando as nuvens do céu e as estrelas, Patrício foi descobrindo verdadeiramente a Deus. Ali seus olhos foram abertos e ele percebeu que Deus já o conhecia e protegia há muito tempo.
Com o passar dos anos, Patrício foi se tornando um homem de oração. Ele orava várias vezes durante o dia e também a noite. Enquanto trabalhava, cantava louvores a Deus. Nos momentos mais sombrios da sua vida, Deus era como um sol que nascia em sua vida e apagava as tristezas da noite.
Certa noite Patrício teve um sonho especial. Ele sonhou que estava voltando ao seu país. Naquela mesma noite ele ouviu uma voz que o chamava:
— Patrício, é melhor se apressar. Você irá para casa logo.
Em seguida, ele ouviu uma voz dizendo:
— Olha, o navio está pronto!
Naquele mesmo instante, Patrício se levantou no meio do campo e caminhou por trinta quilômetros. Assim ele fugiu da casa onde vivera como escravo durante seis anos.
Patrício chegou ao porto, encontrou um navio que estava para partir e tentou convencer os homens a recebê-lo. O comandante do navio ficou muito irritado e respondeu rispidamente:
— Mas de jeito nenhum!
Ao ouvir isso, Patrício voltou entristecido para o seu esconderijo e começou a orar, e antes de terminar a sua oração, ele ouviu uma voz que dizia:
— Vem rápido que eles estão te chamando!
Patrício voltou imediatamente e, quando chegou ao porto, os homens do navio disseram:
— Tudo bem, venha conosco.
Aqueles homens eram pagãos, isto é, nunca tinham ouvido falar de Jesus. Patrício tinha esperanças de repartir com eles a fé que tinha no evangelho de Cristo. Assim, Patrício entrou no navio e logo estava em alto mar, em direção a França.
A viagem de retorno foi muito difícil e perigosa. Eles quase morrem de fome. Foram três dias navegando pelo mar e vinte e oito dias de caminhada pelo meio de uma região deserta.
Os homens que acompanhavam Patrício estavam exaustos e diziam:
— Como é, cristão, você não disse que Deus o amava? E aí, será que esse Deus não pode nos ajudar?
Patrício respondeu:
— Abram o coração para o amor de Deus. Para Ele não há impossíveis. Hoje mesmo encontraremos comida.
Foi assim que mais à frente encontraram uma manada de porcos selvagens. Os homens puderam assim matar a fome. Mais à frente encontraram mel silvestre. Aqueles homens louvaram a Deus e passaram a respeitar Patrício.
Ao chegar em sua terra natal, Patrício buscou um jeito de estudar mais as Escrituras Sagradas e conhecer os grandes pensadores do povo de Deus. Ele reconhecia a bondade de Deus em sua vida, admitia também a sua própria imperfeição e estava disposto a servir Aquele que tinha salvo a sua vida.
Assim Patrício voltou para França e entrou para o mosteiro de Tours e Lérins. Ali ele permaneceu por muitos anos. Certa noite Patrício teve uma visão. Ele viu um homem que se chamava Victoricus e que vinha da Irlanda trazendo muitas cartas. Ele deu a Patrício uma dessas cartas e Patrício começou a ler:
— A voz dos irlandeses.
E enquanto ele lia, parecia ouvir a voz daqueles que um dia estiveram ao seu lado na floresta de Foclut, perto do mar. Eles gritavam em uma só voz:
— Nós te suplicamos, jovem piedoso, vem e caminha entre nós novamente.
Patrício tornou-se bispo missionário. Como conhecia a cultura e a linguagem dos celtas, seu desejo era tornar-se missionário entre os irlandeses. Assim ele foi até a Irlanda e viajou por toda a ilha, evangelizando, pregando, anunciando Jesus para aquelas pessoas, organizando igrejas e mosteiros.
Patrício reencontrou seu antigo mestre Milchu e falou a ele de Cristo. Milchu se converteu e assim também muitos chefes e líderes daquele país. Patrício anunciou o nome de Jesus até mesmo diante de governadores e reis.
Patrício não tinha muita instrução mas era um homem que vivia em comunhão com Deus, sempre dependendo da Sua bondade. Ele se considerava apenas um camponês:
— Eu sou apenas uma pedra jogada no fundo do pântano. Mas o Deus Poderoso me pegou e me colocou, em sua misericórdia, no topo do muro. De lá de cima quero gritar Sua misericórdia para sempre!
Amigo vento, quero ouvir a novidade,
Um movimento que me faça regressar,
Um bom momento que me dê a liberdade,
O cumprimento da vontade de chegar.
A flor do campo diz que Deus é que garante
O novo canto e o desejo de cantar.
O passarinho se alimenta e não semeia
E vai cantando até o dia clarear.Eu vou sair pelas abas da montanha,
Atravessar os riachos que encontrar,
Redescobrir os caminhos que me levam
Para perto dos que vivem junto à sombra do meu lar.
Vou navegar pelos mares mais distantes,
E navegantes quero eu acompanhar.
Eu vou soltar as amarras que me prendem
E as velas que me levam para bem de navegar.Amigo vento, sei que a noite é muito fria,
Mas tem estrelas para me agasalhar.
Ao meio dia, a panela tá vazia,
Mas tenho fé que ainda vou me alimentar.
O mar aberto anda meio agitado
O seu abraço me aperta sem parar.
Mas sei que Deus caminha sempre do meu lado
Na tempestade Ele vai me orientar.
Glauber
Conheces a oração do Patrício?
http://www.prayerfoundation.org/st_patricks_breastplate_prayer.htm
Christ be with me, Christ within me,
Christ behind me, Christ before me,
Christ beside me, Christ to win me,
Christ to comfort and restore me.
Christ beneath me, Christ above me,
Christ in quiet, Christ in danger,
Christ in hearts of all that love me,
Christ in mouth of friend and stranger.
Gladir Cabral
Belíssima oração!
tuco
Cara, que bacana isso! E onde tá esse livro/CD? Inda tem a venda em algum lugar? E já que tá colocando tudo aqui no Blog, já pensou na possibilidade de usar uma ferramente como essa? > O Violino Mágico. Dá pra colocar os textos, imagens e músicas no fomrato de um livrinho. Sei lá. Não se ganha 1 pila com isso, mas se a idéia for divulgar, vale a pena.
Abração.
tuco
Gostei demais do Patrício. Acabei de contar a história pros meus filhos, e ouvir a canção. Agora eles já foram pra cama. E eu também vou, sonhando com o vento. 🙂
gladir
Oi, Tuco. Gostaria muito de publicar esse e-book. O livro em impresso dos Amigos de Jesus já se esgotou e nunca mais foi reimpresso, desde 1999. Eu já havia lido o Violino Mágico e gostei muito. Queria mesmo falar contigo sobre como encaminhar esse tipo de publicação.
Abraços!
gladir