Um poema de Mahommah Baquaqua
Você não espera que alguém da minha raça,
Com cabelos encaracolados e rosto negro,
E com um pequeno raio de saber,
Chame a atenção de seus amigos no colégio.
Mas, farei o melhor que puder
Para provar que quero ser um homem.
É verdade, que meu corpo traz as marcas das correntes,
É verdade que minhas costas trazem as cicatrizes das chicotadas,
Mas não é verdade que o poder do tirano
Jamais tenha feito de meu coração um covarde.
Não! Ele é livre como quando eu brincava
À sobra das palmeiras de minha terra natal.
Oh! África, minha terra natal,
Quando irei te ver, humildemente postada,
Sob a bandeira de meu Deus,
E governada por Sua Santa Palavra?
Quando irei ver a vara dos opressores
Ser tirada de suas mãos, meu gracioso Deus?
Oh! Quando verei meus irmãos
Desfrutarem da doçura da LIBERDADE?
Amigos dos escravos oprimidos e ensanguentados,
Peçam a Deus por piedade! Que Deus nos salve!!
Pois toda a ajuda dos homens é vã,
Pois o homem ao homem forjou cadeias.
Oh, Pai da Justiça, tu és justo,
Olho para ti, em ti confio;
Oh, que teu espírito gracioso atenda
Ao gemido dos africanos, às orações dos africanos,
Junto ao teu puro trono nos céus,
Onde tudo é alegria e paz e amor,
Por Jesus, Oh! salva o oprimido,
E que suas almas encontrem paz nos céus.
(Mohammah Gardo Baquaqua, 1854).
Cesar
Um belo salmo!