Sonho bom
Sonho bom é o título do novo CD do Zilbinho de Paula, que traz 11 canções cheias de inspiração, louvor, esperança e fé. Os arranjos são primorosos, a sonoridade é clara e com peso característico de um trabalho todo eletroacústico com direito a um bom violão de aço e solos cortantes de guitarra.
“Juntos” é a canção de abertura, uma canção de louvor nascida para um acampamento da Igreja Presbiteriana de Viçosa em 2009. É um canto comunitário, coisa rara nos dias atuais de tantas canções subjetivas e individualistas. O canto celebra a vida em comunhão: alegrias e tristezas partilhadas, pão e esperança compartidos.
A segunda canção é o “Salmo 63”, feita em parceria com Lis, filha de Zilbinho. Participa da gravação o Expresso Luz, um momento raro de reencontro entre velhos amigos.
O “Cântico de Maria” tem a interpretação forte de Lorena Chaves. É o louvor a partir da voz e da condição de uma mulher em meio aos conflitos da história. É o cântico do esquecido, do desprezado, do pobre, do frágil. Um cântico de redenção e fé na transformação possível das coisas impossíveis. Alegria pura.
“Essas Meninas” é uma canção de amor, romance, celebração da vida. É o amor chegando na vida de duas pessoas, dois jovens. É também uma canção sobre o amor de um casal frutifica e vira família. Por isso essa menina vira, ao longo, do tempo “Essas meninas”, o plural, o múltiplo, o somatório. Era uma flor, agora é um jardim.
“Um Pouco de Expresso” é uma parada ao longo da viagem do CD, uma homenagem instrumental a todas as caminhadas e trilhas percorridas pelo Expresso Luz. Belíssima peça instrumental.
“Lado a lado” é uma parceria minha com Zilbinho. Nem vou comentar. Destaque para o piano de Enéias e para a voz de Marô de Paula. Bossa e jazz? Bossa and roll? Não sei definir. rs.
“Canção da esperança” foi escrita em parceria entre Zilbinho e Liz Valente. Canção mineiríssima de ritmo e sonoridade. Só tem coisa boa: poesia, alegria, percussão. Tem sanfona. Tem certa melancolia que toca a alma. E tem a participação vocal de duas preciosidades: Carlinhos Veiga e Liz Valente acompanhando a interpretação de Zilbinho. Um cântico de ressurreição.
“Minha Rocha” é outra parada na viagem musical. Uma versão em português de uma canção em alemão “Auge im Sturm”.
“Saudades do 48” é uma música instrumental que traz as memórias do tempo de estudante, a vida numa república. O número 48 era o do alojamento da Universidade Federal de Viçosa em que Zilbinho morou. Memorial sonoro da amizade.
“Seguindo a Verdade” é outra canção de acampamento. Outro raro cântico comunitário.
O CD termina com a canção “Sinal de amor”, escrita nos anos 1987 e só agora compartilhada. Interpretam a canção Zilbinho e Marô. Belíssima voz, Marô! Uma canção de louvor e uma reflexão sobre “Aquele que me vê” — era assim que Hagar chamava o Jave, o Senhor (Gn 16.13).
Maelyson Rolim
Conheci esse excelente álbum quase por acaso no Spotify. Que felicidade a minha!
Lilliane Fernandes
Eu também desfrutei desse mesmo prazer!