Leia: Isaías 9.1-7

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O amanhecer de cada dia é sempre um espetáculo de glória, até mesmo nos dias cinzentos e de chuva. O dia que nasce traz algo de provocação às tristezas da noite e aos desalentos antigos. Sorrateira e silenciosamente, o sol surge no horizonte, dispersa a grande sombra noturna e põe as aves para cantar.

Essa é a visão de Isaías quando contempla as cidadezinhas fronteiriças ao norte de Israel, Naftali e Zebulom. Foram as primeiras populações a sofrerem a ameaça do rei da Assíria, as primeiras a serem invadidas e despovoadas. Ali a história anoiteceu primeiro para o povo de Israel.

Como toda terra de fronteira, cheia de misturas culturais, hibridismos todos, mesclas de sotaques, culturas, agitações políticas e histórias, muitas histórias trazidas por viajantes, comerciantes e, é claro, invasores.

Veio a Isaías uma palavra do Eterno. Essa palavra o fez antever tempos de luz e alegria, bem além da escuridão daqueles dias de ameaça de invasão. Ele olhou para o futuro e viu o sol nascendo no horizonte da história. E proclamou: “O povo que andava em trevas viu uma forte luz; a luz brilhou sobre os que viviam nas trevas”.

Assim com naqueles tempos passados, há muita treva ao nosso redor, muita crise econômica circulando de boca em boca, muito medo, muito sofrimento desabando sobre os povos, nuvens pesadas sobre o futuro do mundo.

A mensagem de Isaías proclama a chegada da luz e a restauração da alegria, alegria maior do que do das colheitas fartas, maior do que aqueles que vêm a guerra terminar em vitória. O profeta também fala de libertação, de fim de toda escravidão, de opressão humana.

Mais ainda, o profeta antevê dias de paz. Não uma paz de quem derrota os inimigos. Não a simples ausência de guerra. Ele fala da paz que vem como bênção sobre as mesas e sobre os corações, como vida plena e farta. Paz que sempre vem acompanhada de justiça, pois paz sem justiça é só alienação. O profeta anuncia paz que se espalha pela terra e se confirma nas mudanças da história.

Finalmente, o sol que desponta no horizonte da história se materializa na figura de um menino, que filho nosso e  filho de Deus. Um menino que é a afirmação da vida perante toda ameaça de morte, uma proclamação da esperança em meio ao desespero. Esse menino que nascerá vem para fazer tremer impérios e reinos. Ele é sinal da graça de Deus. Por isso, ele recebe títulos misteriosos: Conselheiro Maravilhoso, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz.

Esse menino um dia vai se chamar Jesus, nossa mais preciosa esperança. Isso me faz até lembrar uma canção de Taiguara: http://www.youtube.com/watch?v=Hblc6hnf8fg

Gladir Cabral

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