solidar
Depois de uma longa caminhada pelas áreas atingidas, conversando com pessoas, ouvindo histórias, levando mantimentos, vendo de perto a dor dos desabrigados, José Barbosa Junior volta pra casa e escreve isto:
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Solidar
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Só quem lida com a dor
sólida, forte e atroz
sofre o seu dissabor
garganta fechada em nós
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Solidão de quem espera
o filho que já não vem
tristeza que dilacera
o pouco que ainda tem
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Solidez que se esvai
ao simples rolar do rio
tão pesado ele cai
furioso no seu desvario
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Solitário o meu canto
ecoa por entre a chuva
as lágrimas e o pranto
do órfão e da viúva
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Solidar o que sobrou
dos cantos dessa cidade
e o canto que me restou
é o da solidariedade.
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José Barbosa Junior & Gladir Cabral
Meire
Dolorosamente linda!
“… e o canto que me restou
é o da solidariedade.”
Márcia Gizella.
Gladir, que coisa mais linda, sem palavras……
Gladir Cabral
Muito obrigado Márcia. Estamos sem palavras. Foi o José Barbosa que encontrou as palavras certas para expressar o que sentimos nestas horas. Abraços.
tuco egg
Dos 5 até agora, esse é o que mais gostei. O jogo de palavras, a melodia… muito lindo.
Gi
lindos versos tirados na dor… sensibilidade que comove…
Gladir Cabral
Mto obrigado.