2 Coríntios 8.15; 9.6-10
Passemos agora para a segunda metade da “Oração dos Discípulos”. Vimos que nossos reinos, interior ou exterior, individual ou coletivo, estão seguros somente quando aprendemos que os céus é que reinarão. Recorremos aos propósitos terrenos somente depois que obtivemos nosso rumo celestial. Assim como o marinheiro em alto-mar precisa se orientar observando as estrelas para chegar ao porto correto, precisamos acertar nossos valores eternos para acertarmos nossos valores temporais.
Nabucodonosor, cheio de orgulho, foi humilhado e comeu capim como os bois até perceber que quem reinava não era ele, mas os céus. Então ele voltou à razão e ao seu trono (veja Dn 4). Continuaremos a comer nossas palavras, nossos planos, nosso próprio estrume até que também aprendamos que os céus é que governam e que o reino terá sempre a última palavra.
Se acertamos os valores do reino, então podemos fazer esta oração com certa segurança: “Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia”. Se “buscarmos em primeiro lugar o Reino de Deus”, todas estas coisas – comida, roupa, tudo de que precisamos – “nos serão acrescentadas”. A vinda do reino de Deus será a resposta às necessidades econômicas da humanidade. Pois assim oraremos: “Dá-nos”. Agora estamos dizendo, em uma era individualista e egoísta: “Dá-me”. Se continuarmos a cuidar só de nós mesmos, pensando só em nós em primeiro lugar, então nos tornaremos nosso principal inimigo.
Teremos de pensar tanto em nós que adoeceremos de nós mesmos, dos nossos complexos e das nossas obsessões. Esse será o nosso castigo. Pedimos para nós e temos um problema para nós. Pela primeira vez na história, a humanidade se tornou o seu próprio problema. Por quê? Porque ela tem dito: “Dá-me”. Observe que “dá-me” foi o primeiro pedido que levou o filho pródigo à fome em meio aos porcos. Nós nos tornamos uma geração pródiga pelo mesmo motivo e sairemos dessa “região distante” e da “fome em meio à comida de sobra” somente quando fizermos a oração: “Dá-nos”. Afinal, dizer “dá-nos” significa a sequência das palavras iniciais da oração: “Pai nosso”. Significa uma ordem cooperativa em vez de uma ordem impiedosamente competitiva. A natureza trabalhará conosco.
Ó Deus, nosso Pai, tu fizeste a terra, tornaste-a abundante e fizeste com que ela respondesse ao “dá-nos”. Ajuda-nos a fazer essa oração e a fazê-la não com os nossos lábios, mas com os nossos planos e propósitos. Ajuda-nos a construir a tua comunidade cooperativa. Amém.
Afirmação do dia: “Nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos” (Rm 15.1).
>> Retirado de O Caminho [Stanley Jones]. Editora Ultimato.
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