O sal e a luz

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Vocês são o sal da terra… Vocês são a luz do mundo… Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens. (Mateus 5.13-14,16)

Sal e luz são duas das maiores necessidades nos lares. Certamente Jesus deve ter visto, inúmeras vezes, sua mãe usar o sal na cozinha. Naqueles dias, antes de existir a refrigeração, o sal era usado normalmente com propósitos antissépticos e de preservação. Assim, Maria deixava peixe e carne mergu­lhados em água salgada e acendia lamparinas a óleo quando o sol se punha.

Jesus escolheu essas imagens para indicar a influência que ele desejava que seus seguidores exercessem no mundo. O que ele quis dizer? O que é legítimo para nós deduzir dessa sua escolha de metáforas? Acredito que ele estava ensinando quatro verdades. Primeiro, os cristãos são radicalmente diferentes dos não cristãos. Ambas as imagens estabelecem as duas comunidades em contraste uma com a outra. Por um lado, há o mundo; por outro, há você, que deve ser luz na escuridão do mundo. Novamente, o mundo é como carne apodrecida e peixe em decomposição, mas você deve ser o seu sal, detendo a deterioração da sociedade. As duas comunidades são tão diferentes uma da outra quanto a luz é da escuridão, e o sal, da decadência.

Segundo, os cristãos devem penetrar na sociedade não cristã. Embora espiritual e moralmente distintos, não devemos ser socialmente segregados. Uma lâmpada não traz nenhum benefício se for guardada no armário; e o sal não faz bem se ficar dentro do saleiro. A luz deve brilhar na escuridão; o sal deve penetrar na carne. Ambos os modelos ilustram o processo de penetração.

Terceiro, os cristãos podem influenciar e mudar a sociedade não cristã. Sal e luz são ambos insumos eficazes. Eles mudam o seu ambiente. Quando o sal é introduzido na carne, algo acontece; a deterioração bacteriológica é contida. Do mesmo modo, quando a luz é acesa, algo acontece; a escuridão é dissipada. Não apenas indivíduos podem ser mudados; sociedades também podem ser transformadas. É claro que não podemos tornar a sociedade perfeita, mas podemos melhorá-la. A história está cheia de exemplos de melhora social por meio da influência cristã.

Quarto, os cristãos devem conservar as características cristãs. O sal deve reter sua salinidade; caso contrário, será inútil. A luz deve reter seu brilho; caso contrário, nunca dissipará a escuridão. E quais são nossas características cristãs? O restante do sermão do monte nos diz.

Para saber mais: Mateus 5.13-16 

 

OS CRISTÃOS E O BEM COMUM – O QUE FAZ A VIDA SER BOA PARA TODOS? (JR 29.7)
O subtítulo da matéria de capa traz uma pergunta crucial: o que faz a vida ser boa para todos? A pergunta é crucial pelas respostas, mas também – e antes de tudo – por causa daqueles que fazem a pergunta. Quem faz este tipo de pergunta pensa além de si e de sua “tribo”. Quem pensa nos outros e se importa com eles compartilha da natureza de seu Pai misericordioso e justo.

 

>> Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.

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