João 14.15-17; 15.26-27
O caminho é o caminho do poder. Existem três fatos sobre Deus:
(1) Deus por nós, (2) Deus conosco, (3) Deus em nós. Deus por nós – a Intenção divina, o Senhor; Deus conosco – a “Invasão” divina, o Filho; Deus em nós – a Habitação divina, o Espírito Santo. A Intenção divina torna-se a “Invasão” divina, e a “Invasão” divina torna-se a Habitação divina. Não basta haver Intenção redentora e “Invasão” redentora. Ambas estão fora de nós e, portanto, são inadequadas, pois nossa necessidade está dentro de nós. Deve haver Habitação.
O que aconteceu na história da Encarnação deve se mover no sentido de entrar em nós em uma experiência de Habitação; é isso que deve ocorrer, ou então tudo falha. O histórico deve se tornar experimental. Caso contrário, a fé cristã seria um conselho de perfeição, fazendo exigências impossíveis à natureza humana. Porém, se a Habitação divina é um fato, então tudo é possível. Citei uma placa na parede de uma escola bíblica: “Eu posso fazer pouca coisa, mas nós podemos fazer tudo”. O que se propõe aqui é o nós humano, mas o mesmo pode ser dito sobre o nós divino-humano. Deus, sem nós, pode fazer pouca coisa [em nós]. Nós, sem Deus, podemos fazer pouca coisa. Juntos, podemos fazer tudo.
O Espírito Santo significa a união entre Deus e o homem. Na Encarnação, Deus veio em parte; na Habitação, Deus veio plenamente, veio à cidadela do nosso espírito. E Deus vem não como um visitante passageiro, mas “para estar [conosco] para sempre” (Jo 14.16). Um ministro sugeriu que “o Espírito Santo vem e vai à medida que precisamos dele”. Contudo, isso acaba com a ideia de Habitação, e a Habitação é o ponto principal da redenção. Sem a Habitação, a redenção não chega até nós onde interessa. Com a Habitação, a redenção toca o ponto vital.
Assim, o batismo distintivo de Jesus foi o batismo do Espírito Santo. Ele nunca batizou com água; ele salvou a si mesmo para dar o “único batismo” – o batismo do Espírito. Nesse “único batismo”, sua obra redentora é potencialmente completa. No batismo com água, renunciamos aos nossos pecados; no batismo do Espírito, renunciamos a nós mesmos. Um é negativo; o outro é positivo. Em nossa renúncia de nós mesmos, nós nos colocamos à disposição do Espírito; nossos interesses e capacidades se unem. Aí se estabelece a união.
Ó Cristo, quero ser batizado com o teu Espírito. Não estou satisfeito com nenhuma lacuna entre nós. Quero que habites em mim. Quero que o Espírito se mova para a cidadela do meu espírito. Aí serei um, e somente um. Amém.
Afirmação do dia: “Onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade” (2Co 3.17).
>> Retirado de O Caminho [Stanley Jones]. Editora Ultimato.
