Por Gabriele Greggersen

CCO/Unsplash.com

Quando Lúcia entra pela primeira vez no mundo encantado de Nárnia através do Guarda-Roupa, ela se depara com uma floresta coberta de neve nem uma noite gelada, com um poste de luz ao centro. O primeiro ser com quem ela topa é um fauno carregando presentes de Natal e um guarda-chuva. Isso já dá a primeira dica a que veio a história.

Depois ele a convida para uma xícara de chá em sua gruta e conta como Nárnia era maravilhoso em tempos passados e cai no choro quando toca a sua flauta encantada. Antigamente era só festa, folclore, solidariedade, comunhão, felicidade. Até que veio o inverno permanente.

Depois ele cai no choro de novo, quando a leva de volta pela neve para o poste de luz, e confessa suas más intenções e sua corruptibilidade, abrindo o jogo sobre a Feiticeira Branca. Vale a pena lembrar o trecho:

– Mas quem é a Feiticeira Branca?

– Ora, é ela quem manda na terra de Nárnia. Por causa dela, aqui é sempre inverno. Sempre inverno e nunca Natal. Imagine só!

– Que horror! – exclamou Lúcia. – E que serviço você presta a ela?

– Aí é que está o pior de tudo – disse Tumnus, com um profundo suspiro. – Por causa dela, roubo crianças. É o que eu sou: ladrão de crianças! Olhe para mim, Filha de Eva: acredita que eu seja capaz de encontrar no bosque uma pobre criança inocente, que nunca fez mal a ninguém, fingir que sou muito amigo dela, convidá-la para vir à minha gruta, e depois fazer com que ela adormeça, para entregá-la à Feiticeira Branca?

– Não! Tenho a certeza de que o senhor nunca seria capaz de fazer isso.

– Pois eu faço, sim, senhora!

– Bem – disse Lúcia, devagarinho (porque ela queria ser justa, mas, ao mesmo tempo, não queria ferir muito o fauno) –, bem, isso foi muito malfeito. Mas, já que está arrependido, tenho a certeza de que não fará de novo.

– Filha de Eva, não está entendendo? Ainda não fiz! Estou fazendo agora!

Quem se lembrou da corrupção na política e entre os empresários brasileiros só estará errado num sentido: ninguém lhes ameaçou arrancar os seus chifres e cortar a sua cauda ou transformá-los em estátuas de pedra para eles se venderem e traírem todo o povo brasileiro. E, enquanto isso, o inverno continua a 40ºC à sombra do Rio de Janeiro.

Dizem alguns que Aslam está a caminho, mas onde estamos vendo as geleiras se derretendo? Quando será que finalmente Aslam será visto nas terras brasileiras, fazendo o gelo se derreter e o Natal de verdade enfim chegar aos nossos corações?

Natal é justiça a caminho, Natal é fraternidade, Natal é esperança, Natal é amor. Mas antes de tudo, Natal é Deus encarnado em Jesus Cristo. Vamos celebrá-lo mesmo em meio ao (ainda) inverno de calor infernal que estamos vivendo.

Nota:
A expressão “Aslam está a caminho” aparece duas vezes no livro Leituras Diárias das Crônicas de Nárnia – um ano com Aslam, nas páginas 15 e 216.

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