O Evangelho ‘blockbuster’
O Vereador Carlos Bezerra Jr. compara a igreja brasileira com Nárnia enfeitiçada, onde era sempre inverno, mas nunca vinha o Natal…. Leia o artigo na Íntegra
Publicado em 09/01/2006 às 13h43 – Por Assessoria de Imprensa
O meu conselho ao leitor que anda um tanto decepcionado com a falta de essência do Evangelho pregado em alguns púlpitos é um só: vá ao cinema. Desde “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson, Hollywood vem descobrindo na mensagem de Jesus o potencial extraordinário que sempre teve para atrair multidões. Agora é a vez de “As Crônicas de Nárnia – o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”, adaptação da série de livros do gênio cristão C. S. Lewis, que promete novas produções pelos próximos dez anos.
A trajetória incrível de “Nárnia”, produção da Disney, está aí para comprovar a minha tese. Desde sua estréia, vem liderando as bilheterias em quase todo o mundo, perdendo a primeira colocação para “King Kong” em um ou outro fim de semana.
Classificada pela crítica brasileira como uma espécie de catecismo cinematográfico, a produção é clara ao mostrar os princípios mais basilares da fé cristã usando uma história envolvente.
Para quem nunca leu as crônicas infantis de C. S. Lewis, a trama de “Nárnia” é simples: durante a Segunda Guerra, quatro crianças vão morar num casarão no interior da Inglaterra, que esconde, em uma de suas dezenas de quartos, um guarda-roupa mágico. Entrando nele, o grupo vai parar num reino de fantasia, a Nárnia do título.
Nesse novo mundo, as quatro crianças passarão por aventuras nas quais prevalece a lógica cristã de justiça, perdão, amizade, lealdade –daí a classificação de catecismo. No desenrolar da história, uma das crianças trai o grupo para seguir os próprios interesses, e, segundo a lei de Nárnia, todo traidor tem de morrer. É quando entra em cena Aslam, o leão, o verdadeiro rei do lugar.
Desde que foi dominado por uma personagem má, a Feiticeira Branca, Nárnia vive uma espécie de inverno eterno, que à época da história já dura cem anos. As criaturas do local esperam o cumprimento de uma profecia segundo a qual “dois filhos de Adão e duas filhas de Eva”, surgirão para derrotar a feiticeira e restabelecer o verão. Aslam, o leão, espera a vinda das crianças para executar o seu plano de libertação. No entanto, com a traição de um deles, a situação se complica. Somente o sacrifício voluntário de um justo pode libertar o traidor da sua maldição.
Calma, não vou contar o fim da história!
A grande lição de Nárnia e C. S. Lewis aos púlpitos certamente não é a reprodução da lógica do sacrifício cristão. A mensagem não está somente no todo, mas nos detalhes também. O mundo criado pela feiticeira, por exemplo, é frio, objetivo, sem criatividade, monótono, depressivo. Já o do leão Aslam é colorido, imaginativo, os bichos falam, há dríades, faunos e outras criaturas fantasiosas.
Se transportarmos essa lógica para a nossa realidade, muitas igrejas nas quais impera a objetividade do “evangelho-de-resultados” seriam mais semelhantes ao reinado da Feiticeira Branca do que o de Aslam. Afinal, para muitos irmãos, a simples invenção de um fauno pode ser perigosa à fé ou mesmo um adereço sem sentido. Para completar, Aslam, que é o mais poderoso do reino, não procura o poder para si e sim para os outros. Ele reina porque serve e faz dos outros reis também. É um leão livre.
Espero sinceramente que a descoberta de Nárnia por Hollywood nos sirva para reler C. S. Lewis, escritor segundo o qual a maior obra que o diabo pode nos fazer é matar a nossa criatividade, o nosso idealismo, a nossa vontade de libertar o mundo do inverno eterno.
__________________________________________________
CARLOS BEZERRA JR é médico ginecologista, pastor da Comunidade da Graça e vereador de São Paulo.
http://www.carlosbezerrajr.com.br/paginas.php?sc=4&cd=284O Evangelho ‘blockbuster’
Felipe Ferraz
Nárnia simplesmente é fasciinantee. ” O nosso problema é ke nós limitamos a Deus e ao seu podeer. imaginamoos Deus como sendo uma velhinhu sentado no tronoo e olhando para nós, kuando deveriiamos abriir o nosso coração e si entregar a Deus totalmente. Deus respeita, ele é inteligente. Ele só vaii fazer akilo em voce ke vose permitir, entao abra o seu coraçãoo e veja o ke Deus podii faze na sua vida. Nao limite a Deus, abra totalmente e si entreguee mesmo na prensença Dele.
Gabriele Greggersen
Oi Felipe,
Um velhinho no trono? hum
Devo dizer que, infelizmente, de fato existem muitas pessoas que pensam assim. Mas existem duas figuras extremo-opostas: umas, eu diria a mairia, pensa num velhinho bom. Outras, a minoria, num velhinho não apenas mau, mas cruel.
Grande abraço
Gabriele
suelen
incrivelmente impactante e completo.
C.S. lewis , admirável sua sabedoria cristã…
tenho nos ultimos dias um tcc(trabalho de conclusão de curso) complicado para fazer todo em ingles… e escolhi a vida de Lewis como tema , vejo-me cada vez mais impactada com o q tenho descoberto a seu respeito….
vale a pena estudá-lo….
Deus realmente está nele.
é bom ver q Des deu presentes para a humanidade.presentes como o intelecto perfeito muitas vezes usado para sua glória.
gabriele
Oi Suelen,
Pelo jeito, você entendeu tudo nesse texto tão complexo! Como dizia Lewis em “An Experiment in Criticism”, o bom autor só se completa com o bom leitor. Quem bom que ainda existem leitores como vc! Obrigada!