Dentro e fora de seu país, nepaleses encontram a Cristo
Por Alan Pallister *
No mês de junho do ano passado, a minha esposa e eu tivemos o privilégio de conhecer dois jovens nepaleses que, na altura, estavam a viver bem perto de nós, no centro de Portugal. Assim, descobrimos uma plantação de morangos que não conhecíamos. Ela tinha sido criada perto da aldeia mais próxima de nós. Nela, a maior parte da mão de obra era de nepaleses. Esse trabalho é extremamente duro – sendo os jovens obrigados a apanhar a fruta com as costas dobradas todo o dia. Apesar do desemprego reinante em Portugal, poucos portugueses aceitam trabalho desse tipo.
Chamam-se Ashik e Suman e têm cerca de 24 anos. São crentes evangélicos que saíram do seu país, após os terremotos de abril e maio de 2015. Fazem parte agora de uma nova igreja nepalesa em Lisboa, que reúne aproximadamente 50 crentes nos domingos de manhã. Acontece que o trabalho que a maior parte dos imigrantes nepaleses conseguem é na restauração: e obrigatoriamente têm que trabalhar aos domingos, assim sendo impedidos de participar nos cultos. Alguns responsáveis da sua igreja acolhem os crentes em casa nos seus dias de folga, e assim eles podem receber o apoio e estímulo que precisam da Palavra para crescerem na fé.
Atualmente Nepal, dominado pelo hinduísmo e agora, politicamente, por governos maoistas e marxistas-leninistas, parece ser um dos países com a taxa de crescimento de evangélicos mais rápida em todo o mundo. Catmandu e seus arredores , perto do Monte Evereste, foram assolados pelos terremotos, poucos edifícios ficando em pé. Suman afirma que seu motivo principal por estar aqui (depois de ter passado pela Polônia, onde não foi possível permanecer) é ganhar recursos financeiros para ajudar a família na reconstrução de sua casa. Os passos necessários para a legalização deles aqui são lentos e difíceis, mas eles persistem, apesar de se defrontarem com alguns oportunistas que, pretendendo ajudar com sua documentação, cobram valores exorbitantes pelos seus serviços.
Suman e Ashik (e agora conhecemos também Shanti, namorada do Ashik) são humildes e trabalhadores. Durante um tempo no verão, Suman ajudou em trabalhos práticos no centro que dirigimos (inspirado pelo modelo dos centros L’Abri), enquanto não arranjasse novo emprego na restauração. Eles abordam a fé de uma forma marcadamente pentecostal, afirmando que, no seu país, é por haver milagres frequentes que as pessoas são atraídas para o conhecimento da salvação em Jesus.
Numa época em que a problemática dos refugiados e imigrantes está constantemente nas notícias em todo o mundo, poucos falam acerca de nepaleses. Também há poucos que comentam o extraordinário crescimento do evangelho entre eles, dentro e fora de Nepal. Alegramo-nos com a maneira como o nosso Deus soberano faz brotar a sua vida, mesmo em terras aparentemente tão hostis. De facto, mesmo dos escombros de dois terremotos em Catmandu, Deus hoje está a manifestar o seu poder, e inclusive em Portugal vemos as repercussões disso.
*Alan Pallister é um inglês que há muitos anos está servindo com sua esposa portuguesa em Portugal. É possível ler mais textos dele em http://christianivox.wixsite.com/christianivox/alan-home .